Rodízio dispara venda de caixas d?água

O tempo seco é um sinal de que a estiagem está longe do fim. Com a previsão do Instituto Tecnológico Simepar de chuvas significativas apenas para a primavera, que começa no dia 23 de setembro, o nível nas barragens de água que abastecem Curitiba e região continua caindo. Na medição de ontem, Iraí estava 3,77 metros abaixo do normal, Piraquara I a 5,45 m abaixo do nível e Passaúna a 1,07m.

A conseqüência é a continuidade no racionamento imposto pela Sanepar, que pede que mesmo quem não esteja no dia de rodízio continue economizando. A ordem é protelar a lavagem de carros, cobertores, cortinas, tapetes, calçadas e tudo aquilo que não se constitui em necessidade básica. Hoje, às 14h, é a vez dos 277.711 moradores do grupo 6 ficarem sem água. Estão neste grupo parte dos municípios de Campina Grande do Sul, de Colombo e Quatro Barras. Em Curitiba, serão afetados parcialmente os bairros Alto Boqueirão, Atuba, Bacacheri, Boqueirão, Capão da Imbuia, Ganchinho, Hauer, Jardim Social, Pinheirinho, e Tarumã. Integralmente, ficarão sem água Bairro Alto e Xaxim.

Lucro

Tristeza de uns, alegria de outros. Enquanto muitas pessoas sofrem com o racionamento, as lojas de materias de construção lucram com o aumento da procura por caixas d?água. Com o corte no fornecimento de água ultrapassando 24h em alguns casos, a idéia é fazer uma boa reserva nos dias em que a Sanepar continua fornecendo água.

Segundo o vendedor Gabriel de Oliveira Marques, da Bigolin, a procura antes do anúncio do rodízio do racionamento já havia crescido, mas agora, é ainda maior. ?Tivemos um aumento de 25% pela procura na última semana. As caixas mais em conta são as que mais saem?, diz.

A grande procura é pelas caixas d?água de 500 litros, que garantem, segundo ele, uma boa reserva para uma família de até cinco pessoas. ?Economizando, dá para alguns dias. Pelo menos a pessoa pode continuar mantendo os hábitos básicos, como tomar banho, lavar a louça e escover os dentes?, cita. O preço deste tipo de caixa varia de R$ 100,00 a R$ 480,00 e os materias de conexão custam de R$ 10,00 a R$ 45,00. ?É um bom investimento para evitar a falta de água nas torneiras?.

A proprietária da loja Amaratufi, Inês Bubula, conta que antes do racionamento vir à tona, vendia uma caixa d?água por mês. Depois da confirmação do rodízio, só na semana passada foram dez unidades vendidas. ?Estou sem nenhuma no estoque. Na sexta-feira tive que fazer um novo pedido de 18 caixas?, relata. Segundo Inês, das dez caixas comercializadas na semana passada, oito seriam utilizadas apenas como reservatório. ?Quando o cliente compra a caixa, nós oferecemos o material de conexão. Só dois levaram?.

Independente disso, o engenheiro eletricista do Conselho Regional de Arquitetura, Engenharia e Agronomia (Crea), Mário Guelbert Filho, pede cuidado às pessoas que porventura pretendem instalar mais uma caixa d?água em casa, mesmo que o processo seja simples. ?O ideal é procurar um profissional para assegurar que a estrutura da casa suporta o peso?, salienta, referindo-se especialmente às residências de madeira. Já os condomínios que pretendem instalar cisternas precisam de um estudo mais detalhado, incluindo as tubulações necessárias para o sistema.

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