Uma inocente higienização do canil do cachorro de estimação ou o ato errado de deixar o recipiente da ração sempre cheio podem ser perigosos e provocar o surgimento de uma doença grave, transmitida pela urina do rato, e que pode até matar: a leptospirose.

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E com o excesso de chuvas no verão, os riscos são ainda maiores, pois a bactéria da doença aparece facilmente nas águas sujas e na lama. Segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), 17 pessoas morreram com a doença no ano passado, no Paraná. No total, foram registrados 160 casos. Em 2008, foram 20 mortes e 175 notificações da doença.

Além dos atos inocentes que podem facilitar a entrada da bactéria Leptospira no corpo humano (como lavar o canil) ou atrair o rato (deixar a ração exposta) ainda há outro problema que as autoridades de saúde têm que enfrentar: os sintomas da doença só aparecem depois de dez a 14 dias da contaminação, e muitos deles são semelhantes aos sintomas de uma gripe comum, o que pode confundir.

Os sintomas da leptospirose são febre alta, mal-estar, dor de cabeça, dor pelo corpo (principalmente na panturrilha, a barriga da perna), cansaço e calafrios. Também são frequentes dores abdominais, náuseas, vômitos, diarréia, desidratação e olhos amarelados.

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“Por isso é importante que a pessoa informe ao profissional da saúde o que ela fez nos últimos dias, se teve contato com água de enchente, se higienizou sua casa, etc”, alerta a chefe da Divisão de Zoonoses da Sesa, Gisélia Rubio.

A bactéria da leptospirose está na urina do rato, camundongo ou ratazana. Para cada tipo de rato deve ser usado um veneno diferente, segundo Gisélia. Por isso, é importante que as pessoas verifiquem junto ao Centro de Controle de Zoonoses de sua cidade se estão usando o produto correto. Porém, ela lembra que a higiene é o mais importante.

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“Sempre lembramos dos quatro “As’: os ratos vão atrás do acesso, do abrigo, do alimento e da água. Então é importante que as pessoas embalem bem o lixo e mantenham sempre a higiene da casa. Não jogar lixo em rios também é fundamental, pois quando há enchentes essas águas podem contaminar as pessoas”, lembra.