De acordo com o geólogo, as mudanças no terreno da região não descartam a possibilidade de uma tragédia nas mesmas proporções de 2011 acontecer novamente. ‘Não é porque a água agora tem mais espaço pra passar que novas enxurradas daquela proporção vão ocorrer de novo. Região de pé de serra sempre corre risco por causa da característica. Hoje o nosso trabalho é dar todas as informações possíveis em relação ao terreno para que as pessoas não fiquem em áreas de risco‘, completa Salazar Júnior.
Sistema de prevenção
O diretor presidente da Mineropar, José Antonio Zem, diz que já está em andamento o processo de criação de um sistema de alerta e prevenção contra as fortes chuvas na região da serra. ‘Estamos trabalhando em conjunto com o Simepar, Instituto Ambiental do Paraná e Instituto das Águas para criar um serviço de alerta e um procedimento padrão para a retirada dessas pessoas em áreas de risco‘, afirma.
Ele reconstruiu tudo sozinho
A casa do aposentado Jamir Matheus Celestino, na localidade de Morro Inglês, em Morretes, foi uma das mais atingidas pelas chuvas de março de 2011. O riacho que fica próximo à residência da família não suportou e acabou transbordando. Além da água, a lama vinda dos morros tomou conta da propriedade de Seu Jamir. ‘Foi questão de minutos. Tentamos salvar alguns objetos, mas o barro tomou conta de tudo. Perdemos muita coisa‘, recorda o aposentado.
Dois anos após as enxurradas, a casa da família Celestino está totalmente recuperada. As estruturas atingidas pelas águas foram reforçadas e recuperadas e os móveis, reformados. ‘Depois da avalanche, ficamos perdidos sem nenhuma ajuda. Dias atrás ficamos sabendo que tem vários contêineres com roupas e móveis, mas nunca chegou nada aqui com alegação de aqui estava tudo recuperado. Realmente está, mas com muito sofrimento. Mas mesmo sem condições, fomos fazendo o que podíamos, com as próprias mãos e estamos vivendo‘, relata.
Gerson Klaina |
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Jamir, há dois anos, e agora: contêineres com roupa e móveis nunca chegaram. |