Entre as principais queixas dos moradores do Água Verde estão a sujeira e o mato alto no Rio Guaíra, que corta o bairro entre a Rua Dom Pedro I e a Avenida Presidente Kennedy. Por estar abandonado, vira também espaço para bandidos e usuários de drogas, o que preocupa os moradores do entorno. Mas tem gente que já pôs a mão na massa para começar a mudar essa realidade.
O abandono do rio que, além de sujeira, está com o mato alto, causou problema ainda maior para quem mora no bairro. “Virou rota de fuga e esconderijo para os bandidos e usuários de drogas. Muitos escondem as coisas ali para vir buscar depois”, diz Josiane. A lavanderia já foi alvo de assaltantes.
Ivonaldo Alexandre |
---|
Reclamação é do cheiro insuportável que toma conta da região. |
Os moradores e comerciantes da região fizeram ato para chamar a atenção da administração pública sobre a situação. Também foi realizado abaixo-assinado pedindo melhorias, que recebeu milhares de assinaturas. “Colocamos faixas na ponte pedindo atenção”, conta Josiane.
Bandidagem
Maria Helena Batina Gabriel é síndica de prédio na Rua Dom Pedro I, próximo ao início do Rio Guaíra. Ela confirma que o mau cheiro toma conta da região. “Todo dia o cheiro é bem forte e no verão ainda piora”, constata. Pessoas que nem moram perto vão até ali jogar lixo no rio. “Acho que o pessoal pensa que é depósito, porque é final de rua. Mesmo com a plaquinha da prefeitura para não jogar lixo, eles não respeitam”. A insegurança dos moradores do prédio de Maria Helena é grande em virtude dos bandidos que transitam no entorno do rio. “Já roubaram estepe de carro, roubaram um morador aqui na frente com canivete, entraram no prédio”, relata.
Ivonaldo Alexandre |
---|
Josiane: situação piora no verão. |
Comunidade faz mutirão
Embora a prefeitura tenha prometido tomar atitude em relação ao Rio Guaíra, alguns moradores decidiram iniciar a mudança. Há quase dois meses, o Conselho de Segurança (Conseg) do Água Verde reuniu cerca de 25 pessoas em mutirão para limpeza. “O rio estava abandonado, com mato enorme, e virou corredor por onde passam marginais. Então fizemos um ato de conscientização no bairro e fomos coletar o lixo nas margens do rio”, conta Paulo Roberto Goldbaum Santos, presidente do Conseg.
De capacete, botas e luvas, não pensou duas vezes e, junto com os outros moradores, entrou no rio para recolher o lixo. “Tinha plástico, cama, sofá. Tinha de tudo lá”. A ideia dele é devolver o espaço para a comunidade. “Promovendo a urbanização do local vai afugentar os bandidos e o cidadão vai poder voltar a usar”, destaca.