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Rio que corta o bairro Água Verde está virando um lixão

Entre as principais queixas dos moradores do Água Verde estão a sujeira e o mato alto no Rio Guaíra, que corta o bairro entre a Rua Dom Pedro I e a Avenida Presidente Kennedy. Por estar abandonado, vira também espaço para bandidos e usuários de drogas, o que preocupa os moradores do entorno. Mas tem gente que já pôs a mão na massa para começar a mudar essa realidade.

Proprietária há 14 anos de lavanderia na Rua Dom Pedro I, onde começa o Rio Guaíra, Josiane Dutra Pinheiro reclama do mau cheiro, que toma conta da região. “É esgoto a céu aberto. Principalmente no final da tarde, o cheiro fica insuportável”, reclama. “Desde quando a gente veio para cá a situação está assim”, afirma.

O abandono do rio que, além de sujeira, está com o mato alto, causou problema ainda maior para quem mora no bairro. “Virou rota de fuga e esconderijo para os bandidos e usuários de drogas. Muitos escondem as coisas ali para vir buscar depois”, diz Josiane. A lavanderia já foi alvo de assaltantes.

 Ivonaldo Alexandre
Reclamação é do cheiro insuportável que toma conta da região.

Os moradores e comerciantes da região fizeram ato para chamar a atenção da administração pública sobre a situação. Também foi realizado abaixo-assinado pedindo melhorias, que recebeu milhares de assinaturas. “Colocamos faixas na ponte pedindo atenção”, conta Josiane.

Bandidagem

Maria Helena Batina Gabriel é síndica de prédio na Rua Dom Pedro I, próximo ao início do Rio Guaíra. Ela confirma que o mau cheiro toma conta da região. “Todo dia o cheiro é bem forte e no verão ainda piora”, constata. Pessoas que nem moram perto vão até ali jogar lixo no rio. “Acho que o pessoal pensa que é depósito, porque é final de rua. Mesmo com a plaquinha da prefeitura para não jogar lixo, eles não respeitam”. A insegurança dos moradores do prédio de Maria Helena é grande em virtude dos bandidos que transitam no entorno do rio. “Já roubaram estepe de carro, roubaram um morador aqui na frente com canivete, entraram no prédio”, relata.

 Ivonaldo Alexandre
Josiane: situação piora no verão.

Comunidade faz mutirão

Embora a prefeitura tenha prometido tomar atitude em relação ao Rio Guaíra, alguns moradores decidiram iniciar a mudança. Há quase dois meses, o Conselho de Segurança (Conseg) do Água Verde reuniu cerca de 25 pessoas em mutirão para limpeza. “O rio estava abandonado, com mato enorme, e virou corredor por onde passam marginais. Então fizemos um ato de conscientização no bairro e fomos coletar o lixo nas margens do rio”, conta Paulo Roberto Goldbaum Santos, presidente do Conseg.

De capacete, botas e luvas, não pensou duas vezes e, junto com os outros moradores, entrou no rio para recolher o lixo. “Tinha plástico, cama, sofá. Tinha de tudo lá”. A ideia dele é devolver o espaço para a comunidade. “Promovendo a urbanização do local vai afugentar os bandidos e o cidadão vai poder voltar a usar”, destaca.

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