Revolta no fechamento do Terminal Maracanã

A situação de quem pega ônibus no Terminal Maracanã, em Colombo, ainda é incerta para a próxima segunda-feira.

Na data, a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), órgão vinculado ao governo do Estado, promete fechar o terminal, mas os usuários só ficaram sabendo da decisão por meio da imprensa. No local, segundo entrevistados, ninguém dá satisfações sobre o fechamento e nem onde poderão pegar ônibus na semana que vem.

Enquanto aguardava o ônibus ontem, no terminal, o garçom Paulo César Passos relatou que a população está confusa. ?Não há informações por parte do poder público, que não dá a mínima para a gente. Mas concordo com o fechamento porque significa que, pelo menos, vão tomar uma atitude com o Maracanã.? O terminal está em reformas há mais de três anos e, segundo a Comec, o fechamento é necessário para a conclusão de obras nas vias de acesso ao terminal.

A microempresária Adriana Gonçalves complementou que os comentários no local dão conta da interdição. ?Não concordo com a interdição porque não sabemos nem onde vamos pegar ônibus semana que vem. Nem mesmo se vai ter ônibus para pegar a gente tem certeza?, teme. ?Só resta esperar o que devem decidir até lá. O problema é que, independente do que for, a população vai sofrer?, desabafou.

A vendedora Carla Poncheke também se dizia insegura sobre como ficará o transporte. ?Concordo que tem que terminar a reforma, mas vai ser difícil se transferirem tudo para o Terminal Guaraituba, que fica longe para muita gente que pega ônibus aqui.?

O novo terminal, sugerido pela Comec à Urbs como alternativa às operações no Maracanã durante o período de conclusão das obras, fica distante cerca de três quilômetros. O coordenador da Comec, Alcidino Pereira, disse ontem que está mantida a decisão do fechamento, mas que o órgão está aberto ao diálogo com a Urbs. ?Estamos abertos à negociação se for para permitir a operação do novo terminal?, defende. A Urbs, por sua vez, não conta com a possibilidade do fechamento do Terminal Maracanã e, se necessário, deve entrar com medida judicial para evitá-lo. Ontem, técnicos passaram o dia no Terminal do Guaraituba colhendo informações com as quais esperam comprovar a impossibilidade de operar o terminal como está.

Urbs: Guaraituba é inviável

A primeira preocupação da Urbs é com o acesso ao local, feito pela Estrada da Ribeira, ainda em obras. ?O trânsito dos ônibus vai comprometer a segurança. Sem uma definição viária aqui, o risco é grande?, defende o gerente de Operação do Transporte da Urbs, Luiz Filla. Ele mostra também que faltam catracas na entrada do terminal. ?Mas, principalmente, tem de se pensar no Terminal do Cabral (em Curitiba), que teria de absorver o dobro de linhas. Essas adequações levam tempo e demandam custos?, reivindica.

Segundo Filla, se nem a Justiça resolver o problema, até mesmo a integração do sistema pode correr riscos. ?Pode acontecer de a Comec devolver a delegação, rompendo o convênio, o que atingiria o sistema como um todo?, adianta. Se isso acontecer, o gerente afirma que o equilíbrio econômico do sistema integrado ficará por conta do Estado e não mais da Prefeitura de Curitiba.

A previsão do déficit metropolitano para este ano é de R$ 45 milhões e, segundo a Urbs, com a entrada do Guaraituba em funcionamento, os custos operacionais aumentariam em mais R$ 340 mil mensais. A conta é equilibrada atualmente na tarifa única: quem se desloca menos financia os custos de quem percorre maiores distâncias.

Sem rompimento

Mas, do outro lado, Alcidino Pereira garante que a Comec não tem interesse em romper com a integração e afirma que o acesso ao Terminal Guaraituba vai contar com semáforo instalado até sábado. ?E para o terminal do Cabral existe projeto de ampliação?, defende o coordenador, que acredita haver possibilidade de, no curto prazo, o terminal agüentar a nova demanda de linhas provenientes do Guaraituba. Já com relação aos custos, o coordenador acredita que o novo terminal racionalizaria o sistema. ?Vai reduzir a quilometragem rodada, compensando os custos?, defende.

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