Irresponsabilidade

Revenda ilegal de agrotóxicos é flagrada em Castro

Técnicos do núcleo regional da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento de Ponta Grossa flagraram esta semana uma revenda ilegal de agrotóxicos no município de Castro. O chefe da Divisão de Fiscalização de Insumos e Serviços Agrícolas, Adriano Riezemberg, alerta os produtores para evitarem os riscos decorrentes do comércio ilegal de agrotóxicos que muitas vezes se transformam em tragédias irreparáveis.

Para o secretário Valter Bianchini, é importante que os agricultores estejam atentos e evitem comprar agrotóxicos nesse tipo de comércio para acabar com as fraudes. Destacou que a Vigilância Sanitária Vegetal da Secretaria está atenta e pronta para proteger os agricultores de práticas ilegais de revenda e aplicação de agrotóxicos. “O importante é garantir a qualidade dos produtos produzidos no Estado e que a marca Paraná seja respeitada”, disse Bianchini.

Atendendo a uma denúncia, o técnico da Secretaria de Ponta Grossa, João Miguel Tosato, se dirigiu ao local onde encontrou uma pequena revenda de agrotóxicos que estava fracionando o conteúdo das embalagens adquiridas das empresas formais em pequenas quantidades. “O mais grave é que o conteúdo fracionado estava sendo colocado em embalagens de bebida infantil, o que induz facilmente a ingestão da bebida por uma criança, adolescente ou qualquer membro da família do produtor que adquiriu esse tipo de produto”, contou.

O técnico constatou ainda que a revenda não possuía cadastro como comerciante de agrotóxicos. Os fiscais da Receita Estadual de Ponta Grossa também foram acionados porque a revenda também não estava cadastrada. O local foi autuado por revenda ilegal no comércio de agrotóxicos, comércio não cadastrado na Secretaria da Agricultura e por não apresentar nota fiscal de compra e venda dos agrotóxicos.

Riezemberg orienta os agricultores a só comprarem produtos agrotóxicos de revendas que forneçam nota fiscal e que eles tenham a receita agronômica assinada por um engenheiro agrônomo. Ele alerta ao produtor rural para evitar a compra desse tipo de produto para não colocar em risco sua própria saúde e também de sua família ao manipular agrotóxicos vendidos de forma ilegal.

O técnico avisa que esse tipo de revenda ilegal propicia a fraude porque está transferindo o produto de uma embalagem original para frascos de bebidas que podem ser de refrigerantes, de bebida infantil. “A textura do líquido encontrado pelos técnicos de Ponta Grossa, em tom escuro, pode levar uma pessoa desavisada a confundir com bebida, o que é um crime”, disse.

O técnico lembra ainda que o risco dele ser lesado é muito grande uma vez que ele não se sabe o que o revendedor colocou no frasco, além do que retirou da embalagem original. Além disso coloca sua família em risco porque a embalagem que está levando para casa não alerta sobre os perigos a que estão expostos. Por fim, está sujeito a penalidades da lei tanto quem vende como quem compra esse tipo de produto, avisou Riezemberg.

Revendedores e agricultores podem ser multados em até R$ 5,4 mil por estar utilizando embalagem para agrotóxico em desacordo com a legislação. Nesse caso, o agricultor não tem informação nenhuma a respeito da dose do agrotóxico a ser aplicada na lavoura e sobre o seu período de carência. “As informações agroeconômicas são fundamentais na aplicação dos agrotóxicos porque o que se produz nas lavouras são alimentos que serão consumidos pela população em geral e por isso não deve haver riscos”, declarou.

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