Insalubridade, superlotação, falta de assistência médica e ausência de acomodações dignas foram os principais problemas encontrados no sistema carcerário de Curitiba e região metropolitana, segundo o relatório de vistorias feito ano passado pela Comissão de Direitos Humanos da seção Paraná da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Através de uma reunião realizada ontem, entre a OAB e membros da sociedade civil, reclamações e possíveis soluções foram ouvidas e serão acrescentadas no relatório.
A cada ano, informações são acrescentadas ao documento de acordo com as vistorias feitas pelos integrantes da comissão nas carceragens de delegacias de Curitiba e região.
“Há mais de dois anos estamos preocupados com a situação desses presos. Queremos que todos os poderes vejam isso e tomem alguma providência”, diz o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-PR, Cléverson Marinho Teixeira.
Para dar ainda mais força ao relatório, Teixeira afirma que as críticas e possíveis soluções apontadas por aqueles que estão mais próximos de onde os problemas acontecem foram essenciais.
“Ouvir o que cada um desses representantes têm para falar sobre o sistema carcerário foi de extrema importância. Agora vamos agregar esses depoimentos ao relatório e buscar soluções para esse péssimo quadro”, explica.
Questionado sobre quais seriam as soluções para o atual quadro, Teixeira explica que um novo documento será elaborado e apresentado às autoridades responsáveis.
“A partir desse relatório atualizado, vamos elaborar uma nova reunião, desta vez com representantes do poderes legislativo, executivo e judiciário presentes. Assim poderemos ter um debate mais conciso, onde as autoridades poderão expor de forma significativa suas responsabilidades”, aposta.
Além dos representantes da OAB, estiveram envolvidos no encontro membros da União da Polícia Civil do Paraná, Sindicato da Polícia Civil de Londrina, Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná, Sindicato dos Jornalistas, Pastoral Carcerária do Paraná, Associação dos Delegados de Polícia e da Comissão de Estabelecimentos Prisionais. Segundo Teixeira, a previsão da comissão é que a reunião com as autoridades aconteça dentro de 15 dias.