A polêmica que envolve a adesão do Hospital de Clínicas (HC) à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) está longe do fim, mesmo após o primeiro encontro público para debater a medida, realizado ontem. Cerca de 400 pessoas comparecerem ao debate sobre o contrato de cogestão dos hospital entre a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a empresa estatal.
As diretorias da Ebserh e da UFPR não conseguiram quebrar a resistência de quem é contrário ao acordo. A discussão abordou diversos aspectos da proposta, com posicionamentos favoráveis e contrários. Foram tratadas a contratação dos servidores, a estabilidade dos que estão na ativa, as possíveis melhorias para o ensino e pesquisa e também melhorias estruturais para o atendimento aos pacientes.
O reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho, voltou a afirmar que, caso o contrato com a Ebserh não seja aprovado, o HC corre o sério risco de se tornar inviável. Segundo ele, a assinatura do contrato vai permitir à UFPR realizar concurso para a contratação de 2.063 servidores, aumentar o número de leitos de 411 para 670 e reativar especialidades médicas suspensas por falta de pessoal.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba (Sinditest), Carla Cobalchini, criticou o modelo de contratação via Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) determinado pela Ebserh. “Queremos concurso público sem a Ebserh. Se depender de nós essa medida não será aprovada”, afirmou.
O procurador da República Peterson de Paula Pereira, presente no debate, defende que a Ebserh seja declarada inconstitucional. Ele acredita que no futuro essa prática poderá ser um passo para a privatização do setor. “O dinheiro que vai para a Ebserh poderia ir direto para os hospitais universitários”, alegou.
O próximo encontro será em 5 de agosto (provavelmente, no Centro Politécnico) e, no dia 20 do mesmo mês, o tema será apreciado durante reunião do Conselho Universitário da UFPR.