Curitiba deverá conhecer as 26 funerárias que passarão a atender sepultamentos na capital depois da primeira concorrência pública da história da cidade, em pelo menos 15 dias.
Ontem, a Comissão Especial de Licitação do Serviço Funerário Municipal abriu os envelopes com as propostas de preço das 33 funerárias que pleiteiam a concorrência. Dez delas entraram com recurso para participar do processo.
O valor apresentado ontem será a porcentagem que as funerárias escolhidas pela licitação pagarão à prefeitura. Essa porcentagem deverá ser de, no mínimo, 4% do faturamento mensal bruto da empresa.
Os valores apresentados variaram entre 5.01% (mínimo, das funerárias P.J. Pussi e Cia Ltda e Bom Pastor) e 21,30% (máximo, da Funerária Magnem Ltda). Segundo a presidente da Comissão, Patrícia Brenner Lopes, a prefeitura analisará os valores em até 15 dias. “Nos reuniremos com o contador municipal para ver a viabilidade, se os valores são exequíveis”, disse Patrícia.
O diretor de Serviços Funerários de Curitiba, Augusto Canto Neto, explica que esses valores serão utilizados em despesas diversas, como construção de novos jazigos (por ano, a prefeitura arca com as despesas de cerca de 1.200 indigentes) e também para arrumação de cemitérios.
Um exemplo são os cerca de dois mil corpos de indigentes que estão no Cemitério do Boqueirão e que precisam ser retirados das sepulturas e cremados. Segundo Canto Neto, com a licitação o sistema de escolha de funerárias continua sendo via rodízio, porém de uma maneira mais detalhada.
“Agora teremos tudo isso em contrato, ou seja, oficializamos o rodízio. Com o contrato, as funerárias serão obrigadas a investir, o que deverá melhorar o atendimento à população”, afirmou.
Pedro Zenti, da Funerária Bom Jesus, acredita que a licitação só irá melhorar o processo, tanto para a população como para as empresas. “Com a licitação a população ficará ainda mais protegida dos agenciamentos, o que já ocorre com o rodízio”, comentou.
Hoje, 21 funerárias atendem em Curitiba com o sistema de rodízio. Essas empresas operam na cidade há pelo menos 12 anos. Ou seja, a pessoa que perdeu um ente querido vai ao Serviço Funerário Municipal e registra o óbito gratuitamente.
Lá, a família escolhe o tipo de urna e ornamentos (que são tabelados) e a prefeitura sorteia a funerária da vez. Evidentemente que a família tem o direito de escolher um caixão ou um ornamento diferente, que não está sendo oferecido na prefeitura, no entanto, pagará o valor fora da tabela. Por dia, cerca de 50 pessoas morrem em Curitiba. Em 2009, foram 16 mil mortes na capital.