Com faixas e cartazes, os estudantes do curso de Medicina da Universidade Estadual de Londrina e os médicos residentes do Hospital Universitário foram às ruas ontem para reivindicar melhorias para o hospital. Durante todo o dia, apenas os atendimentos de urgência foram realizados.
O médico residente em cardiologia e presidente da Associação dos Médicos Residentes de Londrina, Fuad Salle Neto, afirmou que o movimento teve a adesão total das duas categorias: “Foi uma oportunidade para mostrar à população os problemas que enfrentamos”. Entre as deficiências apontadas por Fuad está a falta de professores no curso de Medicina. Segundo ele, uma vaga foi ofertada em concurso, mas não houve candidatos. A baixa remuneração foi a explicação: R$ 400 por 20 horas semanais.
Aliado a isso, o hospital não tem médicos suficientes para atender a demanda. “Nós temos uma projeção que o atendimento poderia ser ampliado para até 6 mil novos pacientes por mês, mas faltam profissionais”, argumentou. Ele garantiu ainda que o HU de Londrina está com 26 leitos fechados por não ter enfermeiros. O número de cirurgias também poderia ser ampliado, de 90 para 160 por mês. “Temos pacientes com cirurgias aprovadas que não têm vaga no centro cirúrgico ou UTI”, relatou Fuad.
Para o médico residente, as reivindicações precisam ser conhecidas pela população, “pois o ensino e o atendimento andam juntos, e no final quem sai prejudicado também é a população. Fuad admite que a direção do HU e o próprio governo do Estado têm tentado resolver os problemas. “Mas precisamos unir forças para que as soluções sejam mais rápidas”.