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Começou a ser executada ontem a etapa considerada mais crítica para a retirada dos destroços do navio chileno Vicuña da Baía de Paranaguá. A empresa holandesa Smit Salvage B.V., contratada para fazer o resgate da embarcação, iniciou o corte da parte inferior do navio (proa e popa). A grande preocupação é que esses locais ainda podem conter óleo, o que pode provocar novos vazamentos.

Segundo o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) no litoral, Sebastião Carvalho, nenhum engenheiro envolvido no plano de resgate do navio conseguiu garantir se há ou não óleo estocado no navio. Por isso, os órgãos ambientais exigiram que barcos com materiais de contenção e absorção permaneçam em volta do Vicuña enquanto os trabalhos estiverem sendo realizados. "Essa é a parte mais delicada e, como ninguém sabe se tem óleo e em que quantidade, os barcos de contenção ficarão em volta do navio para recolher o material caso ocorra vazamento", explicou Carvalho. Outra orientação é que os trabalhos sejam realizados somente durante o dia, para assegurar a visibilidade caso ocorram vazamentos.

Durante o final de semana, os trabalhos de resgate do navio foram suspensos por determinação do IAP, devido ao grande volume de pessoas no litoral do Paraná. Até a manhã de sábado, as partes da superestrutura do navio foram cortadas e transportadas até o cais da Ponta do Poço, em Pontal do Sul, de onde serão levadas em carretas para a empresa Gerdau, que dará o destino final aos destroços. O IAP avaliou o terreno e concedeu licença ambiental para o armazenamento do material.

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As partes que começaram a ser cortadas ontem sairão de Paranaguá e serão descarregadas dentro de contêineres para evitar contaminação do solo. O chefe do IAP esclareceu que a empresa tinha a opção de depositar esse material no solo, porém precisaria executar a impermeabilização do local. Devido à complexidade do processo, optou por descarregar nos contêineres.

Embora a previsão de conclusão dos trabalhos seja de até 80 dias, a expectativa é que demorem menos. Todas as etapas da retirada do navio estão sendo acompanhadas pelo IAP, Ibama e Defesa Civil.

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Liberação da pesca

Uma reunião para avaliar os trabalhos e conseqüências do acidente do navio chileno Vicuña – que completa 50 dias -, será realizada hoje, no auditório do Porto de Paranaguá. De acordo com o chefe do IAP no litoral, durante a reunião pode ser divulgada uma nova portaria liberando a pesca em alguns locais que ainda continuam interditados – as baías de Paranaguá, Antonina e Guaraqueçaba – devido à contaminação com o vazamento de óleo. Carvalho negou que essa liberação tivesse ocorrido anteriormente, já que nenhuma portaria havia sido divulgada pelo órgão ambiental.

O presidente da Federação das Colônias de Pescadores do Litoral do Paraná, Edmir Manoel Ferreira, disse que a proibição da pesca trouxe prejuízos incalculáveis para a categoria. Ele ressaltou que parte dos cerca de 4 mil pescadores já está recebendo o seguro-desemprego, que é um direito do trabalhador no período de defeso, bem como cestas básicas. No entanto, continua o impasse do pagamento de dois salários mínimos acordados entre as empresas envolvidas no acidente e os pescadores. O impasse teria surgido porque uma das colônias de pescadores do litoral entrou com uma ação na Justiça cobrando indenização dos prejuízos com a proibição da pesca. (Rosângela Oliveira)