Os problemas enfrentados em decorrência das chuvas nos últimos dias chamaram a atenção para a necessidade de se preservar áreas verdes em centros urbanos. Pensando nisso, a Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) e a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA) realizaram ontem, em Curitiba, um encontro para a conscientização da importância de se preservar estas áreas. O evento serviu ainda para sanar dúvidas sobre a criação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural Municipal (RPPNMs).
De acordo com a coordenadora do projeto SPVS, Elenise Sipinski, catástrofes como enchentes poderiam ser evitadas se houvesse mais planejamento urbano. “As cidades estão com menos vegetação e muito concreto. Com isso, o solo perde a sua permeabilidade e isso gera problemas como a cheia dos rios, que acabam invadindo as casas. Há uma série de medidas para evitar que esses episódios não se repitam, como, por exemplo, a conservação de florestas em ambientes urbanos”, explica.
A gerente de educação ambiental da SMMA, Leny Taniolo, revela que Curitiba apoia medidas que visam proteger a flora local. “Além do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) ecológico, nós também orientamos as pessoas que queiram transformar seu terreno em uma RPPNM. Essa medida é benéfica para a cidade e para o proprietário, que pode explorar ecologicamente a área, promovendo ecoturismo, convênios com universidades para que os estudantes possam estudar aquele micro ambiente, usar o potencial construtivo”, avalia.
Legado
O proprietário de uma RPPNM de 4,6 mil metros quadrados próximo ao Parque Barigui, Juliano Correia, garante que transformar a propriedade em uma rede de proteção vale a pena. “Além da parte financeira, estou ajudando a preservar um legado para as futuras gerações. Minha família tinha a ideia de construir condomínios neste local, mas como há uma nascente de água, ficamos impedidos. Após transformá-la em uma RPPNM, o terreno ficou mais valorizado”, afirma.
