Requião exige punição de delegado

O governador Roberto Requião chamou ontem o delegado Wallace Mamede de Castro, da Delegacia Antitóxicos de Curitiba, de ?porra-louca e desequilibrado?. Na última quinta-feira, o delegado envolveu-se em um acidente de trânsito e prendeu um motorista de ônibus, depois de fazer ameaças com um revólver. As críticas foram feitas durante o discurso de solenidade de entrega de novas viaturas em frente ao Palácio Iguaçu, quando o governador não poupou nem mesmo o secretário de Estado da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, dizendo que estava notando ?uma certa leniência? da secretaria na decisão de punir o delegado.

O acidente que provocou a confusão envolveu um ônibus de passageiros e o carro da delegacia, dirigido por Mamede, que estava em licença médica. Os veículos colidiram de raspão na Avenida Visconde de Guarapuava, mas a confusão durou cerca de duas horas. Outro motorista da mesma empresa acabou algemado e preso, sob a alegação de desacato à autoridade. O dono da empresa apareceu e cobrou explicações do delegado. Ambos irão responder por desacato à autoridade.

Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), a corregedoria de Assuntos Internos da Polícia Civil abriu investigação sobre o caso, mas deve levar um mês para a definição sobre que tipo de processo será aberto. Porém, não soube explicar porque Castro, que foi afastado, dirigia um veículo da delegacia. Se for confirmado o abuso de autoridade, o delegado pode ser afastado e até perder o cargo. A Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa também entrou no caso e vai convocar o delegado para depor, na próxima segunda-feira. A reportagem não conseguiu localizar o delegado para ouvi-lo.

Viaturas

Durante a solenidade, Requião e Delazari entregaram 91 novas viaturas e outras 106 motos para as polícias Militar, Civil, Instituto de Criminalística e Corpo de Bombeiros. Dessa frota, 42 viaturas e 71 motos serão destinadas ao Projeto Policiamento Ostensivo Volante (Povo), que a partir de agora, atenderá a todos os 75 bairros de Curitiba e será ampliado para São José dos Pinhais e Araucária. ?Posso garantir que o Paraná tem o melhor policiamento do Brasil?, afirmou o governador.

Já Delazari revelou que a Sesp adquiriu cerca de 2,7 mil veículos durante todo o mandato do governador, mas nem as viaturas, nem os recursos prometidos pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) chegaram ao Estado. ?Se fôssemos esperar por dinheiro do governo federal não teríamos nem Projeto Povo, nem a Patrulha Escolar Comunitária?, disse.

Mais tarde, durante a reunião semanal da Operação Mãos Limpas, o governador continuou mostrando preocupação sobre os assuntos relacionadas aos veículos da segurança pública. Ele determinou que policiais com menos de 25 anos de idade não dirijam as viaturas e que seja criado um curso de direção para quem ingressar na força policial. De acordo com a Sesp, ainda não há prazo para que a diretriz seja implantada.

Estado quer unir programas na proteção aos menores

 Na reunião da Operação Mãos Limpas realizada ontem, Roberto Requião sugeriu que o Instituto de Ação Social do Paraná (Iasp) coordene a adaptação do programa Aprendiz – que oferece a menores, cursos de capacitação e a possibilidade de desenvolver atividades em órgãos públicos – com o programa de Proteção a Crianças e Adolescentes, que está sendo implantado no Paraná.

A necessidade do programa de proteção no Paraná, disse o governador, se deve ao aumento no número de menores que estão sendo assassinados após deixarem as unidades do Iasp por se negarem a trabalhar no  tráfico de drogas ou como informante de grandes quadrilhas.

O coordenador nacional do Programa de Proteção a Criança e Adolescente, Paulo Marques, que veio ao Estado para orientar a criação do programa, disse que são raros os casos em que as quadrilhas conseguem fazer conexão em outros estados em busca das vítimas. Marques explicou que governo federal ainda não tem recursos para implantação do projeto em todo o País e que por isso, inicialmente, foram selecionados Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, por apresentarem maiores índices de mortes. No Paraná, o projeto deve começar com recursos estaduais.

Outro programa federal que irá continuar funcionando com dinheiro do Estado, anunciou Requião durante a reunião, é a prorrogação da Campanha do Desarmamento.

Para diminuir o número de assassinatos e risco de armar rebeliões, o governador também sugeriu que sejam utilizadas torneiras de plástico nas instituições penais estaduais. (DD)

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