Enquanto o impasse nas discussões sobre o reajuste no valor das tarifas da Rede Integrada de Transporte (RIT) prossegue, os ânimos voltaram a ficar exaltados entre governo do Estado e Prefeitura de Curitiba. O governador Roberto Requião demonstrou impaciência com relação ao assunto durante a reunião semanal do secretariado, realizada ontem pela manhã, no auditório no Auditório Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba.
Requião disse que desconfia da existência de um caixa 2 embutido na tarifa do transporte coletivo da capital. Além disso, o governador teria afirmado que o prefeito de Curitiba, Cassio taniguchi, está ameaçando acabar com a integração do transporte caso a tarifa não suba de R$ 1,65 para R$ 1,90.
A assessoria de imprensa do Palácio Iguaçu afirmou que as declarações foram feitas fora de contexto, não se tratando de assuntos relatados durante a reunião, mas confirma que a postura de Requião é contrária ao aumento das passagens.
Taniguchi, que participou de uma solenidade na reabertura dos trabalhos da Câmara Municipal à tarde, preferiu não se pronunciar sobre as acusações do governador. A assessoria de imprensa da Prefeitura afirmou que Taniguchi não vai falar sobre o assunto nos próximos dias. Cassio deve se reunir hoje, com a Procuradoria Geral do município, que já está analisando a declaração do governador, para definir quais medidas serão tomadas.
Comec
Os trabalhos de avaliação dos custos da planilha para o reajuste das tarifas apresentada pela Urbs continuam. Os técnicos começaram a análise na quinta-feira passada. De acordo com a Coordenadoria da Região Metropolitana (Comec), os dados emitidos pela Urbs estão sendo avaliados de maneira específica, o que está demandando tempo. A previsão é de que as análises se encerrem ainda nesta semana.
Estudantes farão protesto
Está confirmado para amanhã, às 10h, em frente à Prefeitura de Curitiba, uma manifestação dos estudantes contra o aumento no valor das tarifas do transporte coletivo. Paulo Eduardo Bodziak Jr, diretor da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), confirmou a participação de alunos e pais no ato público.
“É importante a presença de todos para que fique registrada a nossa posição. Não queremos o aumento, pois muitas pessoas precisam do transporte a preços acessíveis”, diz.
Para Paulo, os órgãos responsáveis ainda não levaram em conta a posição dos estudantes, que em grande parte utiliza os ônibus da RIT. Durante a semana passada, a Ubes entrou em contato com estudantes de diversas escolas de Curitiba e Região Metropolitana para que fizessem parte do ato público. O diretor da entidade acredita que a participação será grande. “Como se trata de interesse da sociedade, é necessário que o maior número possível de pessoas venha à manifestação. Tudo o que queremos é manter o valor das passagens, para que ninguém seja prejudicado”, arremata. (RCJ)