Representantes dos países que vão jogar em Curitiba durante a Copa do Mundo estão realizando ações para tornar a estadia dos seus torcedores em terras paranaenses mais tranquilas. Embaixadas e representantes de Honduras, Austrália, Rússia, Argélia, Nigéria, Equador, Irã e Espanha se preparam para atender da melhor forma os turistas que virão ao Mundial.

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Para a passagem dos seus fãs por Curitiba, a Austrália prepara uma grande mobilização. Segundo a embaixada do país, uma equipe consular estará na capital durante os jogos da Copa para auxiliar australianos que possam vir a ter alguma dificuldade, por exemplo, com a perda de passaportes. O embaixador da Austrália, Patrick Lawless, e o cônsul-geral da Austrália em São Paulo, Kym Fullgrabe, vêm a Curitiba durante a competição para realizar encontros com os fãs australianos e empresários.

A embaixada australiana também programou eventos culturais, como palestras sobre oportunidades de educação na Austrália, em parceria com universidades em Curitiba, e realizou uma Mostra de Filmes da Austrália no final de maio.

Já a Embaixada de Honduras no Brasil trabalhou diretamente com as agências de turismo locais para passar todas as informações aos cerca de 8 mil hondurenhos que virão ao Brasil durante a competição. Segundo o adido de turismo da embaixada, Fernando Callejas, os turistas vão receber informações básicas sobre o país. “Desde cotação de câmbio, até fusos horários e endereços das nossas embaixadas e consulados em terras brasileiras”, afirma.

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Para Callejas, a passagem dos hondurenhos pelo Brasil será tranquila e estreitará a relação entre os países. “São povos muito parecidos e tenho certeza que vai haver muito entrosamento entre torcedores brasileiros e hondurenhos”, diz.

Especialistas dão dicas sobre culturas

Allan Costa Pinto e Ciciro Back
Steve, Gamal e Rafaela: alguns detalhes podem fazer toda a diferença durante a estadia dos estrangeiros.
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O Curitiba Conventions e Visitors Bureau (CCVB) promoveu dois encontros entre os setores envolvidos com o turismo na capital – como taxistas, equipes de hotéis, compras, gastronomia e entretenimento – e especialistas no países que jogarão por aqui no Mundial. Um dos convidados foi o empresário australiano Steve Lang, que é dono de uma agência de intercâmbio cultural. Vivendo no Brasil há cinco anos, ele conta que passou informações básicas sobre a Austrália e explicou o “jeitão” australiano aos participantes do evento. “Somos uma nação de colonização inglesa e que gostamos das coisas muito certas e organizadas, mesmo sendo grandes tomadores de cerveja”, brinca.

Sobre os países com cultura islâmica, como Irã, Argélia e Nigéria, o convidado foi Gamal Fouad El Oumairi, do Instituto Brasileiro de Estudos Islâmicos. Ele falou sobre as principais diferenças religiosas e culturais. “O islamismo não aceita o álcool, então orientamos que não tenha bebida no frigobar dos quartos dos hotéis. Falei também sobre as saudações. Um homem não pode cumprimentar as mulheres com as mãos e vice-versa. Entre pessoas do mesmo sexo, ok, mas de gêneros diferentes isso não é permitido. São pequenas coisas que fazem muita diferença”, explica.

Rafaela Marengo, representante do Centro Cultural da Espanha, afirma que a capacitação é importante para a Copa do Mundo, mas também destacou o legado para que os turistas sejam bem recebidos em qualquer época. “Mostrei os espanhóis um pouco estereotipados. Conhecendo um pouco mais de onde eles vêm e as caracter&iac,ute;sticas, dá pra receber melhor”. Ela apresentou também o que chama de “espanhol de sobrevivência”, com palavras e outras expressões para minimamente ter uma compreensão do turista.

Russos no clima certo

Representante russo no evento do CCVB, o professor Ígar Pajau, chegou a brincar com o fato de Curitiba ser chamada de Rússia brasileira e comentou as semelhanças. “O clima frio é um dos motivos desse apelido. Mas lá temos mais estrutura para enfrentar as baixas temperaturas. A distância mantida entre as pessoas também. O curitibano tem fama de ser fechado e o russo também é assim, mas entre desconhecidos. Com os amigos, são mais descontraídos”.

Ígar salientou que o brasileiro é um povo amável, sempre com sorriso no rosto e disposto a ajudar, mas independente disso, o mais importante é ser eficiente. “Os europeus, não só os russos, ficam com receio da sinceridade de alguns brasileiros. Na Rússia eles são mais diretos, mas o mais importante é conseguir compreender e recebê-los com eficiência”.

“Uma pesquisa apontou que o visitante de Copa é geralmente homem, que vem com amigos e interessado em esportes e festas. A importância é o pós-Copa, que esse turista possa retornar depois em outro momento com a família”, destacou Tatiane Fagundes, responsável pela organização do evento do CCVB.