O vice-presidente do Sindicato das Empresas Administradoras de Bingo do Estado do Paraná (Sindibingo), Luiz Eduardo Dib, rebateu ontem as críticas feitas pelo presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Geraldo Majella Agnelo, na última quinta-feira. Majella defendeu o fechamento dos bingos e o fim da exploração de outros jogos de azar em todo País. O arcebispo de Salvador também argumentou que os empregos gerados pelas casas de bingo não justificam o mal que elas causam à população. Para Dib, a Igreja Católica ou qualquer outra entidade religiosa não deve “se meter” na legalização ou não dos bingos.
O vice-presidente do Sindibingo disse que é católico, mas não poupou críticas à atuação da igreja na cobrança do dízimo. “As igrejas, tanto a Católica como as evangélicas, tomam dinheiro dos fiéis em troca de algumas palavras. Não sou contra as igrejas, mas elas também não podem interferir na questão dos bingos. Cada uma atua na sua área”, afirmou, lembrando que as próprias igrejas realizam bingos para arrecadar recursos.
Dib destacou que as casas de bingo vêm conseguindo resultados favoráveis na Justiça. Mesmo assim, o sindicato continua movendo várias ações para tentar uma reabertura geral das casas no Paraná. “Estamos utilizando todos os meios jurídicos possíveis”, revelou. Antes do fechamento das casas, em abril, o Paraná tinha 38 bingos. “Hoje devem estar abertos uns dez. Outros acabaram desistindo do ramo. Um deles virou um forró recentemente”, contou.
Para o vice-presidente, a disputa jurídica entre bingos e Estado acaba prejudicando o público que vai às casas. “Os freqüentadores tendem a voltar aos poucos, assim que a situação for normalizada”, explicou. O Bingo das Flores, em Curitiba, que pertence a Dib, foi reaberto na quinta-feira graças a uma liminar da 2.ª Vara da Fazenda Pública da capital.
A Procuradoria-Geral do Estado (PGE) continua contestando todas as liminares que permitem o funcionamento de bingos no Paraná.