Os carrinheiros da Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis Reciclar Araucária estão recebendo cerca de 30% a mais em seus rendimentos no fim do mês. Graças às doações de plástico feitas pela Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), cada carrinheiro está levando R$ 100,00 para casa todo mês. O rendimento normal de cada profissional desses gira em torno de R$ 350,00. Ontem a Repar doou mais uma tonelada de material.
Para o presidente da associação, Waldomiro Ferreira da Luz, a ajuda é muito bem-vinda, pois o dinheiro acaba pesando favoravelmente no orçamento dos carrinheiros. Ele explicou que a associação foi criada há sete anos, mas regularizada apenas há um. Ela é composta por cerca de vinte catadores de material reciclagem do Jardim Tupi, bairro pobre de Araucária. Após recolherem e separarem o material, os carrinheiros o vendem para um intermediário, que posteriormente repassa a uma empresa que transforma o lixo em produtos de plástico. “Organizados na associação, podemos negociar com os intermediários e vender o material com preço mais alto. Antes, vendendo individualmente, isso não era possível. Éramos obrigados a pegar o que eles queriam pagar”, contou o carrinheiro. Luz trabalha oito horas por dia, pela manhã, para coletar o material, e mais quatro horas durante à tarde para fazer a separação na associação. Ele é casado e tem dois filhos. Cata material reciclável há doze anos.
Refrigerantes e café
Todo plástico doado à associação é resíduo do consumo de refrigerantes, café e outros produtos usados pelos cerca de setecentos funcionários da Repar. O membro da gerência de segurança em meio ambiente e saúde da Repar, Thadeu Guaraciaba de Aquino, explicou que a empresa doa cerca de duas toneladas de plástico reciclável por mês desde o ano passado. “Antes o material ia para o lixo comum. Depois que a Repar foi certificada com o ISO 14000, resolvemos dar um destino mais nobre para ele”, contou Aquino. Ele lembrou que a empresa tem dois objetivos com a ação. “O primeiro é valorizar a questão ambiental. O segundo é a filantropia, já que somos uma empresa cidadã”, revelou Aquino. Ele destacou que o trabalho é feito em parceria com a Secretaria Municipal de Ação Social do município. “Estamos pensando em doar para reciclagem outro tipo de material. A primeira opção é a madeira”, salientou.