Remédio quimioterápico está em falta no Paraná

A Fluoruracila, medicamento utilizado para tratamento de câncer, está em falta nos hospitais paranaenses. Consumido por pacientes em tratamento de tumores malignos, especialmente no sistema gastrointestinal, mama, útero e ovário, o remédio começou a desaparecer depois que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) interditou, em fevereiro, a fábrica do laboratório ICN Farmacêutica, que era responsável por abastecer 80% do mercado brasileiro.

O problema piorou quando os estoques da empresa e dos hospitais chegaram ao fim, no mês passado.

No Hospital Erasto Gaertner, em Curitiba, das 1,2 mil ampolas necessárias para a quimioterapia mensal de dez pacientes, a administração só conseguiu obter 500 em dezembro. ?Não temos garantia de abastecimento e também não conseguimos importar o remédio por causa da burocracia?, afirma o superintendente do hospital, Luiz Antônio Negrão Dias.

A Anvisa interditou a ICN devido a um regulamento que proíbe a confecção de medicamentos quimioterápicos e de outra natureza nas mesmas instalações. Para Dias, a interdição total foi uma irresponsabilidade da Agência, já que não há outra empresa capaz de suprir a demanda do mercado.

No Hospital de Clínicas a situação é parecida. De acordo com o diretor-geral, Giovanni Loddo, o atraso de entrega do medicamento para os cerca de 52 pacientes em tratamento no HC é de até duas semanas. ?Mas recebemos a garantia do laboratório de que até sexta-feira a entrega será regularizada.? A ICN terceirizou a fabricação da Fluoruracila para sua principal concorrente, a Europharma, e estuda a construção de mais uma sede, no Norte do Paraná, para atender a demanda do medicamento.

O ministro da Saúde, Saraiva Felipe, que esteve ontem em Curitiba, informou que pediu ao Instituto Nacional do Câncer (Inca) que fizesse um estudo de impacto financeiros e aquisição do medicamento, para ampliar a disponibilização para a população. De acordo com o superintendente do Erasto Gaertner, caso o tratamento seja interrompido com freqüência, pode acarretar em sério prejuízo para os pacientes.

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