O Paraná está entre os oito estados que registraram mais casos de mortes no trânsito do que em homicídios durante 2007, aponta o estudo Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS) 2010, divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o instituto, além do Paraná, Goiás, São Paulo, Santa Catarina, Roraima, Tocantins, Piauí e Mato Grosso se encaixam nessa situação. No Paraná, 30,4 a cada 100 mil habitantes morriam em acidentes de trânsito naquele ano.
O número no Paraná supera assim a média nacional, que apontou 20,3 mortes no trânsito a cada 100 mil habitantes. O coeficiente de mortes no trânsito paranaense supera por quase um ponto o número de mortes violentas apontadas pelo IBGE no Paraná naquele ano.
Segundo o IDS, o Estado foi o oitavo da federação a registrar o maior número de mortes por causas violentas em 2007: 29,5 a cada 100 mil habitantes. Com esse resultado o Estado também supera a média nacional, que é de 25,4 mortes a cada 100 mil habitantes.
De acordo com Vanessa Alice, delegada titular da Delegacia de Homicídios de Curitiba, para reduzir esses índices é importante trabalhar nas áreas mais problemáticas das cidades.
“É essencial o trabalho em conjunto em cima do tráfico de drogas, onde está concentrada a maior incidência de atos violentos, e em regiões com maior número de homicídios”, diz.
Saúde
Além de abranger as mortes por acidentes de trânsito e homicídios, o IDS abordou também a incidência de internações hospitalares geradas por doenças relacionadas ao saneamento ambiental.
Segundo o IBGE, o Paraná é o 10.º Estado com o menor índice de internação hospitalar, registrando média de 280,4 casos a cada 100 mil habitantes em 2008. A média nacional é de 308,7 casos.
“O resultado significa que estamos detectando mais casos de doenças que impactam a qualidade da saúde. Isso deixa muito claro a necessidade de maior investimento no meio ambiente e redes de esgoto”, afirma Ronaldo Trevisan, chefe do departamento de Vigilância Ambiental da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
Segundo o IBGE, as redes de esgoto são requisitos para tornar residências adequadas para moradia. No Paraná, o IDS aponta que 86,5% dos domicílios são ligados à rede geral de água, 72,8% têm rede geral de esgoto ou fossa e 89,9% têm coleta de lixo. Com isso, 61,5% das casas paranaenses foram consideradas adequadas para moradia.
No Brasil, 57% dos municípios são considerados adequados, 83,9% têm rede geral de água, 73,2% tem ligação de esgoto e 87,9% tem coleta de lixo. A reportagem questionou a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) sobre os índices relacionados às ligações de esgoto, mas não obteve resposta.