Relatório aponta falhas na construção de marquise na UEL

O relatório da comissão de sindicância interna que apurou as causas da queda da marquise em um anfiteatro da Universidade Estadual de Londrina (UEL), em 12 de fevereiro, durante um congresso de Zoologia, apontou diversas falhas de projeto e execução da obra, além de deficiências no material utilizado. A marquise despencou sobre estudantes que formavam uma fila no local, matando duas pessoas e ferindo 22. O relatório será entregue à Polícia Civil e ao Ministério Público.

Conforme relatou a reitora da universidade, Lygia Pupatto, consta na análise do projeto que não foram consideradas as forças atuantes na estrutura e também houve falhas de detalhamento em peças estruturais e de representação gráfica, de forma a omitir informações para a construção. "Também houve falha no detalhamento de peças estruturais", citou ainda a reitora, fazendo menção ao relatório da comissão. Na execução, houve posicionamento incorreto e ausência de ancoragem para algumas armaduras. "Algumas peças foram executadas em desconformidade com o projeto, e o concreto utilizado nas peças analisadas possuía resistência inferior à especificada no projeto", complementou Lygia, citando ainda mais uma falha, a de concretagem em algumas peças estruturais.

Para a comissão de sindicância, o colapso da marquise ocorreu devido à somatória desses fatores. Com relação à manutenção da obra, não foram detectadas falhas que pudessem provocar o desabamento. Foi constatada a existência de acúmulo de água, porém o volume armazenado na marquise não representava uma carga significativa para o desabamento.

A reitora afirma que o relatório será enviado à Polícia Civil de Londrina, bem como ao Ministério Público, para que as medidas cabíveis sejam tomadas. "Essas providências fogem à competência da UEL", explica. Além disso, a universidade impetrará ações cíveis para reparação dos danos materiais e morais causados à instituição. "Nossa imagem ficou bastante prejudicada", acredita. A reitora cita ainda falhas por parte da própria universidade no trâmite do processo de construção da obra. "Apuramos a inexistência de um diário de obras e não tivemos o recebimento definitivo da obra, apenas o provisório, que, apesar de liberar para ocupação, tem falta de documentos que oficializem a entrega." A medida, neste caso, será a constituição de uma sindicância interna que acompanhe e melhore o controle das obras feitas na instituição. A reitora Lygia Pupatto espera que a construtora Mercosul de Projetos e Obras Ltda., de Toledo, que executou a obra há sete anos, seja notificada através da própria Justiça e afirma que haverá disponibilidade da universidade em ouvir o lado dos responsáveis pelo projeto e execução.

Feridos

Apenas um dos feridos no incidente continua no hospital, a estudante da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Nicole Veiga Sydnei, que teve politraumatismo e fraturou a bacia. Ela continua internada no hospital Cajuru, em Curitiba, mas já deixou a UTI e se recupera bem, segundo informações da reitora da UEL.

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