Relacionamento está em alta no mercado

Em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo, é preciso estar antenado em tudo. As empresas também estão exigindo mais dos seus funcionários e futuros colaboradores. Todos os passos feitos dentro da empresa podem contar pontos. Ou perder. Há características dos profissionais que são observadas e existe um ponto fundamental, que independe de capacidade ou conhecimento técnico: o relacionamento. A dica é de Bernt Entschev, um dos principais headhunters do País.

Em palestra realizada ontem no Instituto Superior de Administração e Economia da Fundação Getúlio Vargas (Isae/FGV), em Curitiba, Entschev explicou que o diferencial de uma pessoa no mercado de trabalho é a sua capacidade de se relacionar. Quem consegue interagir acaba superando alguém com o mesmo conhecimento técnico. ?Cinqüenta e um por cento das necessidades são resolvidas mediante uma abordagem humana. O relacionamento deve ser uma das principais habilidades?, comenta.

A capacidade de se relacionar é apenas uma das características observadas dentro da empresa ou no momento de uma contratação. As organizações buscam cada vez mais a capacidade crítica, a sinergia de valores, a criatividade, o empreendedorismo, a capacidade de ?entrega?, o poder de decisão. E também o talento. Entschev lembra que uma pessoa talentosa, que desafia a ela mesma, que aceita riscos e sempre busca o melhor para satisfazer uma necessidade própria, é analisada de maneira diferente.

Mas talento pode ser adquirido, segundo o headhunter. Para isso, é necessário tempo, investimento e energia. E a melhor maneira de adquirir talento é buscar a educação, estar concentrado e ter a prática, com acompanhamento de um tutor. ?A pessoa também tem que buscar o feedback e ter abertura para isso. Muitos ficam ofendidos. Mas a crítica acorda. Passar a mão na cabeça, fazer carinho, acaba dando sono e a pessoa adormece?, compara Entschev.

A liderança, um assunto tão comum em qualquer papo sobre trabalho, é uma virtude muito observada pelas empresas. Mas hoje o conceito de liderança está passando por uma revisão. ?Há um novo papel de liderança. Um líder não precisa ser necessariamente o chefe. O líder também interage lateralmente e para cima. Não só com o seu superior. A pessoa tem que interagir em 360 graus?, declara Entschev.

Na opinião de Norman de Paula Arruda Filho, superintendente do Isae/FGV, o mercado de trabalho busca, cada vez mais, as pessoas com capacidade de aplicar o conhecimento dentro das empresas. ?A palavra-chave é aplicabilidade. Não adianta embutir conhecimento se não tiver a capacidade de aplicar isso. Além disso, é a capacidade de repensar, a ousadia, a inovação e também a efetividade nos resultados?, afirma. Para ele, é essencial saber lidar com mudanças e saber agir diante desta possibilidade. É o poder de adaptação. ?O grande profissional é aquele que pode enxergar como a empresa pode ganhar com isso. Ele acaba transformando a mudança em oportunidade?, avalia.

Atualização

Isso tudo é necessário para vencer no mercado de trabalho. Mas ainda não acabou. É preciso quase adotar a postura do Super Homem ou da Mulher Maravilha para dar conta da atualização. O que você sabe hoje pode ser que não sirva mais amanhã. Não dá para ficar parado diante da velocidade e do volume de novas informações. Mas calma. Não adianta se desesperar porque nem se tornando um super-herói é possível acompanhar tudo. ?Não dá para ficar deitado em berço esplêndido, mas também não dá para acompanhar absolutamente tudo. Mas tem que agir. Dentro da própria organização, é preciso agir para não ser engolido. Ou pensar em ações preventivas e identificar novos nichos de mercado?, relata Arruda Filho. Então, o mercado de trabalho, em 2007, vai continuar tão acirrado e competitivo como em 2006.

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