Paraná e Missiones, na Argentina, pretendem desenvolver programas em conjunto também na área do ensino superior público. Parceiros na área tecnológica, os dois estados devem ofertar e transferir conhecimento em nível de graduação e de pós-graduação via universidades estaduais, federal (UFPR) e Cefet/PR, do lado brasileiro, e Universidade Nacional de Missiones, estatal, do lado argentino.
A decisão foi oficializada ontem, entre os reitores das universidades estaduais de Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Guarapuava e Cascavel e da Universidade Nacional de Missiones, durante reunião realizada no início da tarde na Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) para tratar do “Programa Paranaense de Mobilidade Estudantil”. O diretor do Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec), Alceni Guerra, acompanhou a comitiva argentina.
A parceria deverá ser colocada em prática com a assinatura de um convênio entre as seis universidades estaduais e a Universidade Nacional de Missiones, informou o secretário Aldair Rizzi. A previsão é, por esse convênio, estudantes brasileiros e argentinos, de diferentes áreas do conhecimento poderão, por exemplo, freqüentar disciplinas de outra instituição que não a sua e até obter créditos. Professores dos dois lados também serão beneficiados por programas de intercâmbio internacional, “eficientes e mais baratos”, segundo o reitor da universidade argentina, Fernando Gabriel Jaume. “O dólar alto tem sido um obstáculo à realização de cursos no exterior”, observou.
Segundo o reitor, as áreas do conhecimento de maior interesse para os argentinos residentes na região de Missiones são as Engenharias, especialmente a Civil e a Florestal e a Biotecnologia e a Tecnologia de Alimentos. “O impacto na qualificação docente dos nossos professores será expressivo”, destacou o reitor. “Em contrapartida, uma das nossas especialidades, além das Ciências Econômicas, é a de Turismo, que possui curso de licenciatura”, acrescentou.
Na reunião, o reitor Jaume disse também que “o momento é ideal para o aprofundamento das nossas relações, pois, além da posição geográfica que nos aproxima, nossos atuais presidentes têm pontos em comum”. Para os reitores das universidades estaduais, “a relação trará aprendizado para os dois lados”. Todos eles foram unânimes em apoiar o intercâmbio com a Argentina na área do ensino superior. A Universidade Estadual de Ponta Grossa, por exemplo, quer desenvolver parcerias na área da produção de madeira, papel e celulose, principalmente.