Foto: Lucimar do Carmo/O Estado
Moreira: meta é ampliar ingresso de alunos de escolas públicas.

Após um pleito repleto de polêmicas, o reitor da UFPR Carlos Augusto Moreira Júnior se prepara para ser reconduzido ao cargo, no próximo dia 25, em solenidade no Ministério da Educação, em Brasília (DF). Em entrevista exclusiva a O Estado, ele faz um balanço de sua última gestão e revela quais são seus principais projetos para os próximos quatro anos de mandato.

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Moreira assumiu a função de reitor pela primeira vez em abril de 2002 e acredita que sua administração foi fortemente marcada pela inclusão social. ?Logo no primeiro ano, foi colocado em prática o Provar, que permite a ocupação de vagas remanescentes dentro da universidade, contribuindo com a democratização do acesso?, afirma.

No ano seguinte, foram promovidas diversas discussões referentes à adoção do sistema de cotas raciais e sociais. A proposta foi aprovada, sendo que 20% das vagas de todos os cursos passaram a ser destinadas a afrodescendentes e outros 20% a estudantes oriundos de escolas públicas. ?O sistema de cotas tornou a UFPR mais heterogênea e representativa da sociedade brasileira. Atualmente, negros e alunos de escolas públicas estão distribuídos de forma homogênea dentro da instituição.?

O reitor também exalta a inauguração do campus da UFPR no litoral, ocorrido em maio de 2005. No local, são oferecidos dois cursos de graduação (Fisioterapia e Gestão Ambiental) e quatro técnicos (Hotelaria, Enfermagem, Agroecologia e Transações Imobiliárias). Segundo ele, a iniciativa foi de extrema importância para a expansão da universidade e, ao longo dos anos, deve contribuir com a melhoria da qualidade de vida das pessoas que vivem no litoral.

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?Além disso, destaco a criação da rádio e da TV da UFPR, a boa relação que mantivemos com outras universidades do Estado, a implantação de novas políticas voltadas à ciência e à tecnologia e o incremento que tivemos no nosso orçamento?, declara. ?Tínhamos R$ 17 milhões para custeio em 2002. Em 2005, graças a trabalhos administrativos feitos junto ao MEC, o valor foi para R$ 39 milhões. A UFPR passou do quinto para o quarto melhor orçamento entre as universidades federais do País, superando Santa Catarina.?

Futuro

Para os próximos quatro anos, Moreira diz que pretende consolidar programas que já deram certo, aumentando o envolvimento da comunidade externa com as atividades desenvolvidas dentro da universidade. ?Vou tentar ao máximo contribuir com a qualidade das escolas públicas do Paraná, dando atenção especial às localizadas no litoral. Meu objetivo é ajudar para que um número cada vez maior de estudantes provenientes destas instituições possa estar preparado para, futuramente, ingressar na UFPR?, comenta.

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No que diz respeito aos cursos, devem ser mantidos convênios com universidades latino-americanas e ampliado o processo de internacionalização da UFPR, aumentando o número de cursos com diplomação dupla. Hoje, possui dupla diplomação apenas Engenharia Mecânica, cujos estudantes podem realizar estágios em uma instituição de ensino superior da França. Porém, está sendo estudada a parceria com uma universidade da Alemanha voltada aos cursos de Engenharia Industrial Madeireira e Engenharia Florestal.

No litoral, já no início de 2007, devem ser disponibilizadas duas novas graduações (Serviço Social e Gestão e Empreendedorismo), além de um novo curso técnico, para a formação de educadores sociais. Em outros campi, pode ser feita a reformulação dos currículos de alguns cursos. No Centro Politécnico, na capital, deve haver a inauguração de outro restaurante universitário, com capacidade para 5 mil refeições diárias. ?Ainda este ano, o valor das 1.800 bolsas oferecidas a estudantes de diversas modalidades (como monitoria, extensão e permanência) deve ser aumentado de R$ 150,00 para R$ 210,00?, adianta.