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"Curitiba está carente de um plano de desenvolvimento urbano que também inclua os municípios da Região Metropolitana. Não podemos ficar focados apenas no que acontece dentro dos limites geográficos da cidade, pois muitos dos problemas são em comum com problemas existentes em municípios vizinhos. A capital deve ser vista como uma metrópole." A declaração é do novo presidente da Companhia de Desenvolvimento de Curitiba (que até o final do ano passado tinha como sigla CIC), Juraci Barbosa Sobrinho, que assumiu a função no lugar de Paulo Henrique Munhoz da Rocha.

Ele afirma que sua gestão vai ser baseada em três eixos principais: desenvolvimento local, releitura da Cidade Industrial de Curitiba (CIC) e proporcionar condições para que a capital tenha mais capacidade para receber novas indústrias.

O desenvolvimento local está bastante focado no desenvolvimento do projeto "Comunidade Escola", que será feito em conjunto com Sebrae, Senac, Secretaria Municipal de Educação, entre outras entidades. O projeto pretende fazer com que as 165 escolas municipais existentes em Curitiba transformem-se em centro das comunidades onde estão inseridas, oferecendo, por exemplo, cursos de capacitação profissional e, assim, promovendo o desenvolvimento local.

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Cidade Industrial

A releitura da CIC, tida como importante pólo industrial, deve acontecer através de recentes parcerias feitas com a Associação das Empresas da Cidade Industrial e com a Faculdade de Administração e Economia (FAE). Junto com a Associação e também com o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) e a Secretaria Municipal de Urbanismo, a Companhia vai trabalhar pela modernização do parque industrial. "Vamos tentar resolver problemas de segurança e ocupações irregulares existentes na região", afirma.

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Com a FAE, será desenvolvido o Programa de Apoio e Modernização de Empresas (PAME), através do qual estagiários de administração e economia farão visitas a micro, pequenas e médias instituições industriais, comerciais e de serviço da CIC, identificando problemas e possíveis soluções. O serviço será prestado de forma gratuita e terá como objetivo tornar os estabelecimentos mais competitivos e modernos, capazes de conquistar novos mercados e contribuir mais efetivamente com o desenvolvimento econômico e social da região.

Novas indústrias

No que diz respeito à atração de novas indústrias, o foco será empresas não poluentes e com tecnologia de ponta. Uma das primeiras ações será tentar incluir a capital no decreto de incentivo fiscal para atração de empresas. "Vamos conversar com o governador Roberto Requião e tentar que isso aconteça. Além disso, vamos abraçar o projeto que prevê a construção de uma terceira pista no Aeroporto Afonso Pena (que fica em São José dos Pinhais), que vem sendo apontada como uma grande necessidade pelos empresários", finaliza.

Paraná em Páginas completa 40 anos

Em circulação desde 1965, a revista Paraná em Páginas completa 40 anos na edição de fevereiro, pautando com exclusividade o Paraná. Essa é a única revista do Estado que circulou todo esse tempo, sem interrupções. A cada mês, desde o lançamento, a Paraná em Páginas, que completa a 480.ª edição, fechava um número com assuntos para todos os gostos.

"Ela (a revista) é genérica, mas política sempre foi o tema de choque. É feita de fatos curiosos, que são a vida do jornalista. Não tem melhor nem pior. Eu fiz tudo isso, é o que importa", diz Cândido Gomes Chagas, fundador e diretor-geral da revista.

Antes de criar a Paraná em Páginas, Cândido passou por diversos veículos de comunicação, a começar pela antiga Rádio Guairacá. Trabalhou em O Estado do Paraná, mas, como conta, "chegou uma hora em que eu resolvi fazer alguma coisa que fosse minha e surgiu a revista". Quando iniciou a revista, o fundador nem imaginava que chegaria onde chegou. "Quando comecei o objetivo, era chegar no mês seguinte", revela.

Na edição comemorativa do aniversário, a Paraná em Páginas conta a história dos 40 anos com uma retrospectiva dos principais assuntos, manchetes e capas da revista. "São as provas das dificuldades que a revista enfrentou, o que tem muito do lado que não existe mais: a raça", afirma Cândido.

Conversando com o diretor da revista é possível notar a satisfação pessoal e profissional que o veículo lhe trouxe, mas não ficou apenas nisso. "Economicamente, também foi uma satisfação. Tudo o que tenho eu devo à revista. Ganhei muito sem deixar no bolso do colete de ninguém. Nunca foi dinheiro fácil", conta o diretor da Paraná em Páginas.

Uma das grandes satisfações é o arquivo que a revista conseguiu acumular. Como conta Cândido, esse arquivo serve vários jornais do Estado e muitos interessados. "Se você pedir para ver a história do antigo Água Verde, que deu origem ao Paraná Clube, eles te trazem a revista", afirma.

O segredo para manter um veiculo de comunicação funcionando por 40 anos, Cândido diz ser "fazer o que você gosta, sempre usando a cabeça e mantendo o controle para não cair. Eu gosto da pesquisa". Questionado sobre o futuro da revista, Cândido Chagas revela, "se aparecer algum negócio…A revista tem valor. Serei torcedor de quem comprar. Eu pretendo auxiliar. Intimamente eu irei junto com a revista. Tem negócio". (Nájia Furlan, especial para O Estado)