Hoje, quando um estudante deseja entrar na universidade, presta vestibular para um determinado curso. A partir do momento em que entra na instituição, deve seguir dentro da escolha. Caso queira desistir, não pode pedir transferência para outra graduação, tendo que fazer um novo vestibular. Isso, porém, pode mudar em pouco tempo.
Na reforma universitária proposta pelo governo federal, o aluno entra na instituição de ensino em uma área de estudos e, depois de dois anos de disciplinas básicas, pode escolher qual curso seguir. Esse novo sistema é chamado de ciclo básico. A sugestão ainda está sendo analisada pelo Ministério da Educação e pelas instituições educacionais.
Algumas faculdades e universidades estão adotando o ciclo, mas de maneira diferenciada, pois a proposta ainda não foi aprovada. Na Faculdade de Administração e Economia (FAE), em Curitiba, os alunos desses dois cursos e de Ciências Contábeis dividem a mesma sala de aula nos dois primeiros anos. Quando chega no terceiro ano, o aluno segue no curso para o qual prestou vestibular. “Será muito mais fácil se adaptar quando essa proposta for aprovada. Nós já percorremos dois terços do caminho”, considera o professor Antônio Lázaro Conte, coordenador do curso de Administração da FAE. “Com a reforma, o estudante fará o vestibular para Gestão de Negócios, por exemplo, e depois poderá escolher entre Administração, Economia ou Ciências Contábeis”.
A adoção do ciclo na faculdade permitiu que o aluno formado possa entrar em outro curso direto no terceiro ano, já na fase específica, desde que faça um novo vestibular. Outra opção é o aproveitamento de curso, sem a necessidade de um novo concurso. “As pessoas estão procurando muito essa segunda opção porque dá para fazer duas faculdades em seis anos”, comenta Conte.
Vantagem
O professor vê a proposta do ciclo básico de maneira positiva: “Critica-se tanto que o jovem precisa escolher a carreira aos 16 anos. Durante as aulas, pode perceber o dom dele e do que gosta. O ciclo daria mais informações da profissão para uma melhor definição da carreira, e também permitiria otimizar os recursos da instituição”. Para ele, a proposta também obrigaria os alunos a se esforçar mais. Somente os melhores, entre os que optaram por determinado curso, poderiam seguir nas suas escolhas. “Nós ainda não sabemos de vários detalhes, mas temos cinco meses para discutir e adotar a melhor medida”, conclui o professor.