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O novo presidente da Urbanização de Curitiba S. A. (Urbs), Paulo Afonso Schmidt, já tem a fórmula para cumprir uma das principais promessas de campanha do prefeito Beto Richa (PSDB): reduzir o preço da tarifa do transporte coletivo. Entretanto, há um problema. Somente as ações municipais são insuficientes para que a redução chegue a patamares satisfatórios.

Da parte do município, Schmidt contou que a comissão que estuda a metodologia utilizada para a elaboração da tarifa pretende em 90 dias subsidiar o prefeito, para que ele tente mudar a legislação existente. Todavia, Schmidt aponta a não existência de subsídios para o transporte coletivo como um fator que aumenta o preço dessa tarifa em todo o Brasil. "Os subsídios ao transporte coletivo, como a isenção de impostos nele e em sua cadeia, acontecem em todo mundo. Já existem lideranças municipais tentando convencer o governo federal disso. O prefeito já conversou com (José) Serra (prefeito de São Paulo) para juntos cobrarem isso da União. Essa conversa tem que ser política, mas também técnica", afirmou. Há cálculos apontando que somente a isenção de impostos que incidem diretamente na tarifa renderiam uma redução de 9%.

O presidente da Urbs acredita que o que deve ser mudado é o paradigma da legislação. A atual, feita em 1990, na gestão de Jaime Lerner, contempla como referência a inflação, dando aos empresários aumento em cada mudança do preço do diesel ou acordo coletivo com motoristas e cobradores. Essa lei inclusive possui mecanismo de atualização automática dos preços. "Queremos que a legislação tenha como parâmetro a produtividade", explicou. Ele contou que, no final do ano passado, alguns empresários levaram uma proposta à Câmara Municipal, mas como ela não contemplava uma mudança total do modelo, não foi aprovada.

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Schmidt salientou que não pode dar prazo para reduzir a tarifa, mas que a comissão está trabalhando nesse sentido. "Nossa missão é garantir a transparência do processo. O usuário tem que saber pelo que está pagando", salientou, destacando que a isenção para estudantes é possível, desde que exista comprovação de que as empresas têm um lucro astronômico ou haja recurso do tesouro para subsidiá-los. "Tem que fechar a conta. Alguém acaba pagando. Não adianta levar isso no romantismo", disse.

Radares

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O presidente da URBS já determinou a troca de lugar de 12 radares que estavam escondidos e poderiam ser considerados "arapucas". Ele destacou que esses radares foram levados a outros lugares, bem sinalizados, e servirão como prevenção e elemento garantidor de segurança no trânsito. Schmidt contou que a Urbs já está em vias de renovar convênio para ter acesso ao banco de dados do Detran, assim como mantém boas relações com a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec). "A Urbs é uma das estruturas de Curitiba que teve papel importante no desenvolvimento da cidade, sempre valorizando o planejamento e liderando o processo de transformação. Isso foi um pouco perdido nos últimos anos. Nós pretendemos recuperar essa imagem", salientou.