Receita Federal incinera 14 milhões de isqueiros

Foi iniciada ontem, na sede da cimenteira Cia. Itambé, em Balsa Nova, na Região Metropolitana de Curitiba, a incineração de 14 milhões de isqueiros piratas, vindos da China e apreendidos pela Receita Federal nos portos de Paranaguá e Santos (SP). O trabalho deve durar cerca de dois meses, já que os isqueiros não podem ser incinerados todos de uma só vez em respeito a normas ambientais, estipuladas pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP).

“Os produtos falsificados estão sendo queimados em um forno especial de alta capacidade, que chega à temperatura de 1.500º C”, explica o advogado Luiz Cláudio Garé, que trabalha no combate ao uso indevido de marcas. “Este forno é licenciado pelo IAP e totalmente fechado, evitando que haja qualquer dano ao meio ambiente.”

Dos 14 milhões de isqueiros apreendidos, 12 milhões e 800 mil são imitações da marca Bic, que passa a ser escrita com G (Big), com K (Bik) e com J (Bjc). Os restantes são imitações da marca Cricket, escrita sem a letra C antes da letra K: Criket.

“O design dos produtos falsificados é bem parecido com o dos originais, assim como os logotipos”, revela o advogado. “As embalagens também têm as mesmas características, enganando consumidores mais distraídos.”

Preço baixo

Os isqueiros piratas são vendidos por preços bem inferiores aos originais. Geralmente não custam mais do que R$ 0,70, enquanto os verdadeiros variam entre R$ 0,50 e R$ 2,00.

Outra preocupação é com a qualidade dos produtos piratas. Luiz conta que, durante alguns testes realizados com as imitações, notou-se que elas são fabricadas com matéria-prima de baixa qualidade, podendo representar riscos aos consumidores.

“Isqueiros são produtos inflamáveis que, se não fabricados de acordo com as regras da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), podem representar grandes perigos ao usuário”, alerta. “Submetidos a altas temperaturas, os produtos podem explodir, causando queimaduras.”

Se os 14 milhões de isqueiros chegassem a ser comercializados, gerariam um prejuízo de cerca de R$ 14 milhões para a Bic e cerca de R$ 1 milhão para a Cricket. Por este motivo, os responsáveis pelas duas marcas se predispuseram a arcar com todos os custos de incineração dos produtos falsos. A Bic deve gastar R$ 300 mil, o que corresponde à venda de 1 milhão de isqueiros, e a Cricket R$ 30 mil.

Nos últimos anos, a alfândega do Porto de Paranaguá apreendeu mais de 6 milhões de isqueiros falsificados, sendo 80% imitação da marca Bic e 20% da Cricket. A Cia. Itambé, em parceria com a empresa Ambiental Laboratórios e Equipamentos, é pioneira no co-processamento de resíduos industriais.

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