Rebelião estudantil comemora 40 anos

Para comemorar os 40 anos da rebelião estudantil contra a ditadura militar, a União Paranaense dos Estudantes (UPE), em parceria com a União Nacional dos Estudantes (UNE), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (Upes), realizaram ontem um evento comemorativo no pátio da Reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba.

A atividade reuniu diversos intelectuais paranaenses que participaram da manifestação em 1968. Um dos participantes, Geraldo Seratiuk, que foi presidente da UPE durante a ditadura militar, comentou como foram os anos de repressão ao lado desses intelectuais. ?Não foi fácil viver naqueles anos. Mas, felizmente, tive o privilégio de conviver com essas pessoas, que foram um referencial forte na minha vida. A sociedade deveria conhecer o sacrifício que eles passaram para poder contribuir com a história do Brasil?, comenta.

A ex-deputada federal e pré-candidata à Prefeitura de Curitiba pelo PSOL, Dra. Clair, relembra os seus anos de estudante e da manifestação. ?Vivemos um momento intenso em 1968. Lutávamos pela gratuidade do ensino público e contra a ditadura. Lembro que militares queriam tomar conta da reitoria. Os universitários não aceitaram a invasão e aconteceu o embate. Pelo fato de participar das lideranças estudantis, fiquei marcada. Em 1971, cheguei a ser presa e torturada pela Delegacia de Ordem Pública e Social (Dops), em São Paulo, pelo delegado Fleury. Eventos como esses são importantes para resgatar a nossa história?, explica.

Um dos coordenadores da atividade, o médico José Ferreira Lopes, que foi imortalizado na foto de Edson Jansen (publicada em O Estado e vencedor do Prêmio Esso de Jornalismo em 1968) quando enfrentava a cavalaria do Exército, contou m pouco sobre esses anos marcantes. ?Tenho muito orgulho de ter vivido aqueles anos. Foram ótimos dias. Todavia, houve também o lado ruim disso tudo. Fui torturado e você não tem idéia do significado que isso representa. Só que acredito que não passamos por essa experiência em vão. Os avanços na educação que existem hoje só aconteceram porque no passado eu e meus companheiros estávamos lutando?, afirma. 

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