A casca do maracujá, normalmente dispensada no preparo de sucos, pode ser utilizada na industrialização de alimentos, medicamentos e cosméticos. Com a polpa da casca é possível obter a pectina, fibra proveniente de células vegetais que pode ser usada como agente geleificante e estabilizante de produtos. A pectina pode, por exemplo, constituir geléias e encorpar achocolatados. O estudo de obtenção da pectina a partir da casca de maracujá faz parte do trabalho de diplomação de Marcelo Gomes, aluno do curso de tecnologia em alimentos da unidade de Ponta Grossa do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) do Paraná.
Marcelo Gomes explica que, além de agregar valor à pectina, o aproveitamento da casca de maracujá tem como vantagem a manipulação de resíduos agroindustriais. No Brasil, segundo o estudo, cerca de 300 quilotoneladas são destinadas à produção de suco, gerando pelo menos 200 quilotoneladas de resíduos sem aproveitamento comercial.
A pectina foi obtida após processo minucioso, que teve como produto inicial a farinha da casca de maracujá. A essa farinha adicionou-se água e ácido nítrico. A mistura foi aquecida a 80ºC, por uma hora. Depois, passou por um processo de filtração e precipitação com álcool até tomar a forma de gel. A lavagem com álcool e acetona e a secagem em estufa transformaram o gel em pó.
De acordo com Marcelo Gomes, a pectina tem como funções básicas auxiliar dietas alimentares e reduzir o colesterol e a taxa no caso do diabetes. ?Ela contribui para a melhoria de quem sofre de diabetes, desde que combinada com insulina ou comprimidos indicados?, ressaltou Gomes, portador da doença. O estudante continua o estudo da obtenção da pectina ao cursar disciplina no curso de mestrado de ciências e tecnologia de alimentos da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).