Foto: Allan Costa Pinto

As capitais não têm tantos problemas quanto outras cidades.

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Pelo menos 90% das rampas que devem garantir acessibilidade a pessoas portadoras de necessidades especiais de todo o País não seguem a norma de segurança 9050, estipulada na Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). O dado foi apontado pelo engenheiro mecânico e consultor em acessibilidade, Sérgio Yassuo Yamawaki, que estuda o assunto há alguns anos. Segundo ele, o problema é mais evidente nas cidades interioranas, mas nas capitais ainda é possível verificar erros grosseiros, como rampas com inclinações e larguras erradas e com corrimões com contornos totalmente em desconformidade.

Para o especialista, uma mudança de comportamento já começou a acontecer na sociedade, porém ainda há muito o que se fazer. Ele lembra que em Curitiba, por exemplo, a preocupação com a acessibilidade pode ser vista na mudança das calçadas da Avenida Marechal Deodoro. Mas ele explica que há muitas edificações sem acesso para deficientes, ou construídas de maneira errada, desobedecendo a norma técnica. Segundo ele, tudo depende de mais orientações de quem lida com construções. ?Falta também vontade política, mas a quantidade de pessoas desorientadas sobre o assunto é muito grande?, disse.

O presidente da Associação de Deficientes Físicos do Paraná (ADFP), Mauro Nardini (que é cadeirante), concorda com a pesquisa de Yamawaki. Ele diz que a maioria das rampas dos prédios públicos de Curitiba está em desconformidade com a norma. ?Muitas vezes a situação é tão complicada que seria preferível que não houvesse a rampa naquele local, pois o equipamento fora das normas, ao invés de ajudar, atrapalha?, afirmou. Segundo Nardini, é preciso mudar a cultura da sociedade, dar mais orientações às pessoas e criar leis mais rígidas. ?É necessário que se cumpra a lei e que o poder público cobre isso. A Prefeitura deveria fiscalizar todos os estabelecimentos comerciais?, disse.

As normas dispõem que o projeto de uma obra só pode ser liberado pelo município se prever aparatos de acessibilidade na edificação. Para Yamawaki, os responsáveis pelas edificações poderiam testar os equipamentos de acessibilidade assim que a obra estivesse pronta.

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