Os trabalhadores do setor de Radiologia do Hospital de Clínicas (HC), vinculado à Universidade Federal do Paraná (UFPR), devem entrar em greve por tempo indeterminado a partir desta quarta-feira (25). Eles reivindicam a aplicação imediata dos adicionais de insalubridade e radiação ionizante. O pagamento dos adicionais, suspenso em 2008, deveria ser pago novamente após uma decisão judicial favorável aos trabalhadores, de outubro do ano passado. A categoria realiza assembleia às 7 horas para definir se mantém o indicativo de greve.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral (Sinditest), os dois adicionais são garantidos por lei para os trabalhadores de Radiologia. “Em um primeiro momento, a Reitoria disse que estaria de mãos amarradas. A universidade foi intimada na última quarta-feira e não tem mais argumento para não implantar os adicionais”, explica Carla Cobalchini, presidente do sindicato.
Por seu lado, a UFPR, através do vice-reitor Rogério Mulinari, disse que houve um equívoco quanto à notificação da UFPR sobre a decisão judical que obriga o pagamento das gratificações para os trabalhadores em radiologia. “A UFPR foi avisada, mas a decisão não tem valor neste momento porque a Procuradoria da República, que defendeu a UFPR no caso, não foi notificada da decisão e não pôde se manifestar sobre o assunto. A União foi notificada, mas a UFPR não. O processo tem de retornar para Justiça Federal da 4.ª Região par corrigir este equívoco”, disse.
No entanto, ele ressalvou que a instituição reconhece o direito dos trabalhadores ao benefício. “De qualquer maneira a administração da UFPR e do HC não tem nada a opor contra a gratificação, mas é necessário que esta questão jurídica seja resolvida”, condicionou. Durante reunião realizada nesta terça-feira, com participação de Mulinari e da diretora do HC, Heda Amarante, além de representantes dos trabalhadores, a instituição apresentou novamente esta justificativa para o não pagamento dos adicionais, sendo este o motivo de a categoria deixar para decidir sobre a manutenção da greve nesta quarta de manhã.
O impasse com a categoria começou em 2008, quando houve determinação do Ministério do Planejamento para modificar as graticações. Os trabalhadores de radiologia ganhavam duas gratificações: uma pela função no Raio X e outra para exposição de radiação ionizada. “O ministério entendeu que só uma gratificação se aplicava aos servidores e cortou a outra. Quem vai ter que alterar as gratificações será o Ministério do Planejamento”, esclareceu Mulinari.
Greve
Com a paralisação, deve ser mantido apenas 30% do quadro de trabalho. Pelo menos 25 servidores podem participar da greve, pois são aqueles que ingressaram na Justiça solicitando o pagamento dos adicionais, além de dois outros funcionários inativos. “A ação judicial pede a implantação do adicional agora. Para requerer o retroativo, desde 2008, os trabalhadores teriam que entrar com outra ação”, afirma Carla. Caso haja deflagração nesta quarta-feira, o HC deve informar os pacientes com exames programados para realizar o reagendamento dos mesmos.

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