Polêmica no bairro Barreirinha, em Curitiba. Desde março de 2003 os moradores contam com os serviços da Rádio Corneta. Ela foi instalada no alto da torre da igreja e através de oito alto-falantes transmite mensagens religiosas, músicas, dicas de saúde e avisos em geral. Mas nem todos aprovaram o serviço. Alguns moradores acham que o barulho é alto demais.
O pároco Leocádio Zytkowski fala que o auto-falante era usado apenas no caso de mortes. Mas ele percebeu que o serviço poderia ser ampliado, trazendo benefícios à comunidade. Aos poucos, eles passaram a abrir espaço para a divulgação de vagas de trabalho, documentos encontrados e até informações sobre saúde e educação. “São notas de utilidade pública”, explica o padre. Além disso, também são transmitidas mensagens e músicas religiosas.
Segundo Leocádio, a maioria dos fiéis aprova o serviço. O descontentamento com a rádio é por parte de apenas algumas pessoas. Para não desagradar ninguém, eles até reduziram o horário do programa. No início eram transmitidos duas vezes ao dia. Agora somente às 17h. A duração de 30 minutos caiu para 15. O pároco conta que até já fez testes para ver se o barulho incomoda muito. “Se você fechar a porta e a janela da casa, o som fica muito baixo”, explica. Quando o padre não está na igreja o serviço é realizado por Antônio H. Gelinski. “Já sofri até ameaças de morte”, fala.
Bernardino Siqueira mora a uma quadra da igreja, é católico, mas não concorda com a atividade. “O barulho é muito alto. Prejudicou minha filha que ia prestar vestibular. Ela não conseguia estudar”, reclama. Ele até acha interessantes as informações de utilidade pública, mas é contra a transmissão de músicas religiosas e de comunicados que considera sem importância, como os sobre datas de aniversário. Ele até já entrou com uma representação na Secretaria Municipal do Meio Ambiente evocando a lei de poluição sonora.
Segundo o padre, a Rádio Corneta atinge 20 mil pessoas, incluindo os bairros vizinhos. Para mostrar que a maioria dos moradores aprova o serviço, começaram a fazer um abaixo-assinado. Desde domingo já coletaram 800 assinaturas. Agora outras estão sendo coletadas nas escolas do bairro e nas 10 capelas que a igreja atende.
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