Os 110 radares que fiscalizam o trânsito em Curitiba serão religados à 0h de segunda-feira. A Urbanização de Curitiba S.A. (Urbs), responsável pelo gerenciamento do trânsito da capital, foi intimada a religar os aparelhos por meio de uma decisão, publicada ontem no Diário Oficial da Justiça do Paraná, proferida pelo 1.º vice-presidente do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ), Ruy Fernando de Oliveira.

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Desde o dia 3 de dezembro do ano passado, os aparelhos estão desligados, também por decisão do TJ. Na decisão, Oliveira afirmou ser “perigosa a suspensão da fiscalização do trânsito por radares eletrônicos, sem maiores cautelas, mecanismo indispensável para o controle e redução do número de acidentes e mortes no trânsito”.

A razão do desligamento foi resultado de uma ação proposta pelo Ministério Público do Paraná (MP) contra os contratos emergenciais mantidos entre a Urbs e a Consilux, empresa responsável pela administração dos 110 radares.

A continuação do serviço deveria ser feita por meio de licitação. Ainda no despacho, Oliveira frisou que o MP poderia recorrer da decisão em cinco dias. Até ontem o MP não havia se pronunciado sobre a decisão.

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Conforme Rosangela Batistela, diretora de Tráfego da Urbs, o dia foi escolhido para que a população se readaptasse à fiscalização dos radares. “Assim podemos avisar a população que os radares voltaram a registrar atos de infração. Além disso, é um prazo para que a empresa responsável realize a manutenção dos aparelhos que foram danificados nesse período”, disse.

De acordo com ela, ainda não existem números atualizados sobre o comportamento dos motoristas curitibanos durante o período em que os radares estiveram desligados.

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“Não recebemos dados do BPTran (Batalhão de Trânsito da Polícia Militar do Paraná), mas percebemos, através da nossa equipe de rua, que realmente aumentaram os acidentes e as infrações relacionadas ao excesso de velocidade. Exemplo disso são aqueles acidentes com mortes ocorridos em vias que eram monitoradas pelos radares, como a Avenida das Torres”, relata.

Segundo ela, as infrações em lombadas eletrônicas, que permaneceram ligadas, também aumentaram. Em dezembro, as multas saltaram de 2,2 mil (média mensal de 2009) para 3,6 mil.

Segundo a prefeitura de Curitiba, desde que foram implantados os radares, no final de agosto de 1999, até 2008, foi registrada uma redução de 57,9% no número de atropelados; 20,4% no número de feridos; 17,5% menos mortes no trânsito e uma redução geral de acidentes equivalente a 36,6%. O excesso de velocidade detectado pelos radares responde pela maioria das infrações na capital: 48%.