Radares estão desligados em Curitiba

Depois de muita briga judicial, os 110 radares de Curitiba foram finalmente desligados na manhã de ontem pela Urbanização de Curitiba S.A (Urbs), empresa que gerencia o transporte e o trânsito da cidade.

Desde as 10h15 de ontem, os motoristas que ultrapassarem o limite de velocidade não podem mais receber multas. A Urbs acatou decisão do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) que determinou o imediato desligamento dos radares como consequência da ordem para cancelamento do contrato mantido entre a Urbs e a Consilux, empresa que opera os equipamentos. Os pagamentos feitos pela Urbs à Consilux também foram suspensos.

Em nota, a Urbs orienta que os motoristas continuem respeitando o limite de velocidade. “A Urbs ressalta que utilizou todos os meios legais buscando preservar o funcionamento de equipamentos de segurança do trânsito e faz um apelo aos motoristas para que, independentemente dos radares, observem as leis de trânsito e obedeçam a sinalização indicativa de velocidade máxima permitida”.

A velocidade permitida para cada via é variável. A máxima é de 60 quilômetros por hora, à exceção da Avenida Comendador Franco (das Torres) e da Linha Verde, onde o máximo é de 70 quilômetros por hora.

Os pontos em que mais infrações eram detectadas pelos radares ficam na avenida Comendador Franco, próximo à Rua João Antonio Ramalho; na Rua Mario Tourinho, próximo à Rua Ângela Ganz e na Rua XV de Novembro, próximo à Rua Ângelo Lopes.

A Urbs informou que nada se altera em relação às infrações cometidas antes da manhã de ontem, assim como as multas em decorrência disso. O Ministério Público Estadual (MPE), por meio de sua assessoria de imprensa, afirmou que a questão das multas cabe à Urbs.

Histórico

A Urbs vinha mantendo contrato emergencial com a Consilux desde abril, e não licitação para o serviço, como deveria acontecer. Segundo explicação da Urbs, os radares são operados pela Consilux por contrato firmado, a partir de licitação, em janeiro de 2004, e renovado conforme a lei federal de licitações (8.666/93) por termos aditivos até abril deste ano.

A partir de então foi firmado contrato emergencial, com validade de um ano, considerando a importância da fiscalização eletrônica do trânsito na prevenção e redução de acidentes.

Uma nova licitação está na fase final de testes dos equipamentos apresentados pelas sete empresas participantes do processo. A intenção da Urbs é contratar os serviços em janeiro de 2010.

Em funcionamento desde agosto de 1999, os radares teriam contribuído nos últimos dez anos para redução de atropelamentos (57,9%), número de feridos (20,4%) e mortes no trânsito (17,5%), segundo a Urbs. Em 2008 os radares flagraram 267,9 mil infrações por excesso de velocidade, 48% do total das notificações por infrações de trânsito cometidas no ano passado.

Notificações

A 2.ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba acatou novo pedido do MPE para que a Urbs faça todas as notificações sobre multas de trânsito por meio de carta com aviso de recebimento (AR).

Atualmente, a Urbs notifica os proprietários de veículos por AR quando estabelece prazo para apresentação de recurso, mas a segunda notificação, que avisa sobre a aplicação da penalidade, é feita por carta simples e pela publicação dos nomes dos supostos infratores no Diário Oficial do Município.

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