O rodízio do racionamento de água entra hoje no segundo dia. O fornecimento será interrompido no Alto da Glória, afetado integralmente, e nos bairros Alto da Quinze, Bacacheri, Cajuru, Cabral, Capão da Imbuia, Centro, Cristo Rei, Guabirotuba, Hugo Lange, Jardim das Américas, Jardim Botânico, Jardim Social, Juvevê, Prado Velho, Tarumã e Uberaba de modo parcial. Também será afetado parte do município de São José dos Pinhais.
Somente hoje será possível mensurar os efeitos do primeiro dia do rodízio, já que as torneiras do primeiro lote de bairros foram fechadas às 14h e só serão reabertas às 16h. Por uma questão de reserva de água em caixas d?água, até o início da noite de ontem, os efeitos não eram aparentemente sentidos. No Rebouças, bairro cujo fornecimento de água foi interrompido de modo integral, os moradores ainda não reclamavam do racionamento.
Porém, por precaução, alguns moradores da região fizeram pequenas reservas de água em baldes, como o comerciante Nélson Fonseca, proprietário de um açougue. ?Nós já estamos economizando há algum tempo, reaproveitando água de outras atividades para lavar o chão, por exemplo?. Com uma caixa d?água razoável, ele acredita que consegue passar sem o abastecimento direto da Sanepar durante as 24 horas de interrupção do fornecimento. ?No final das contas, a gente está tirando uma boa lição de economia?, conta.
A responsável pela limpeza de um escritório, Sofia dos Reis Santos, sentiu um pequeno reflexo no abastecimento. ?As torneiras da cozinha, abastecidas com água da rua, estão com um volume menor disponível?.
Alerta
A linha 115, de atendimento ao consumidor da Sanepar, passou o dia congestionada. Segundo a assessoria da empresa, não por problemas de falta d?água, mas na busca por informações sobre o racionamento. A maioria das pessoas não tinha em mãos o número da matrícula da Sanepar. Sem o número, os atendentes não conseguem confirmar o dia em que determinados trechos dos bairros serão afetados. De posse do número, também é possível verificar as regiões afetadas pelo site www.sanepar.com.br.
Solicitação
Apesar dos apelos da Sanepar para que a população economize água, a Defesa Civil acredita que a parcela que paga a chamada ?Tarifa Social? não esteja tão empenhada assim. Destinada a comunidades carentes, a tarifa prevê o pagamento de uma taxa mínima fixa para quem consome até 10 metros cúbicos de água. O valor é o mesmo, não importando se a pessoa gasta bem menos que isso. Dessa forma, já que estão pagando pelos 10 metros cúbicos, os beneficiados pela tarifa não estariam tão preocupados em gastar a água, que na compreensão deles, está paga.
Ciente de que o desperdício tem sido grande, a Defesa Civil oficiou o Ministério Público, que já tomou providências. Segundo o promotor de Justiça João Hen-rique Vilela da Silveira, a Sanepar recebeu uma solicitação para que, pelo menos no período do racionamento, os beneficiados pela tarifa paguem rigorosamente só o que consumirem. A Sanepar deve se pronunciar sobre o pedido nos próximos dias.