O Ministério da Saúde lançou esta semana um edital que vai financiar pesquisas em HIV na região sul do País. Serão atendidos até 49 projetos em 25 linhas temáticas. O objetivo é incrementar as pesquisas para aprimorar o conhecimento científico em diversas áreas, como a de prevenção da doença. Poderão participar universidades, instituições de pesquisas, serviços de saúde e organizações da sociedade civil. O montante destinado é de cerca de R$ 5,8 milhões.
Segundo o assessor técnico do Programa Nacional de DST/aids, do Ministério da Saúde, Márcio de Sá, as diversas regiões do país apresentam particularidades em relação à aids. Ele ressalta que a distribuição de recursos de forma regionalizada garante a produção de conhecimento sobre realidade brasileira de forma abrangente. No sul, por exemplo, principalmente no Rio Grande do Sul, existe uma grande incidência do subtipo C do vírus HIV que precisa ser estudado. Outra particularidade da região é o racismo em relação à população negra.
Os pesquisadores poderão abranger questões como qualidade de vida, acesso aos serviços de saúde e adesão ao tratamento anti-HIV, comportamento sexual, transmissão vertical do HIV, vulnerabilidade de vítimas de abuso sexual e feminização da aids.
Segundo o coordenador, a prevalência do vírus entre a população brasileira é considerada baixa: 0,75% da população está infectada. Em alguns países da África, o problema atinge 40% dos habitantes. Mas embora o índice brasileiro seja considerado pequeno, se mantém em crescimento. Em 2004 o percentual era de 0,65%. Nos últimos anos também vem aumentando o número de mulheres com aids.
As propostas podem ser entregues até 14 de junho. O dinheiro começa a ser liberado no segundo semestre deste ano.