Quilombolas ocupam sede do Incra

Cerca de cem representantes da comunidade quilombola Invernada Paiol de Telha – Fundão ocuparam ontem as escadarias da sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Curitiba.

Eles reivindicam que os processos administrativos do Incra que preveem a regularização das áreas dos quilombolas sejam mais rápidos e menos burocráticos. Segundo eles, os processos de demarcação, titulação e reconhecimento dos quilombolas da Invernada Paiol de Telha se arrastam há anos, e a ocupação serviu para chamar a atenção para o problema.

À tarde, alguns líderes da comunidade se reuniram com representantes do Incra para discutir a situação. A comunidade Paiol de Telha – Fundão foi criada em 1860, na localidade de Pinhão, região central do Paraná.

Com o passar dos anos, os representantes foram se desmembrando e, atualmente, estão espalhados por várias localidades em Reserva do Iguaçu e em Guarapuava (no centro do Estado).

O problema, segundo uma da organizadoras da ocupação de ontem, Mariluz Follmann, é que as comunidades querem voltar para seus locais de origem, mas sem a conclusão dos processos no Incra não há como isso acontecer. “Fomos expropriados do nosso território, lá está toda nossa história, nossas raízes”, protesta.

De acordo com Mariluz, a comunidade Paiol de Telha foi uma das primeiras a terem seu processo de regulamentação aberto no Incra, mas desde 2005 não há avanços no caso. “O relatório técnico está parado”, diz.

O Incra informou que o processo de regularização da área e reconhecimento de quilombolas é longo, composto por várias fases de análise. A primeira é a do estudo antropológico, que no caso do Invernada Paiol de Telha já foi concluído.

Nessa análise o Incra verifica se os remanescentes são mesmo quilombolas, se mantêm os costumes, entre outros itens. Já a segunda fase, que prevê uma análise agronômica da região, ainda não começou.

Segundo o Incra, um agrônomo deve ir ao local até o final deste mês. No entanto, os trâmites são burocráticos, já que é preciso ter autorização dos proprietários das terras.

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