Carnaval é época de beijar muito. Com a libido à flor da pele, muitos foliões saem beijando a primeira pessoa que aparece e nem lembram que podem estar colocando em risco a própria saúde. Excessos da festa, como álcool, sono reduzido, alimentação inadequada, sol excessivo e atividade física exagerada, deixam o folião ainda mais vulnerável às doenças. “A resposta imunológica do corpo fica mais baixa”, alerta o infectologista Jaime Rocha, do Laboratório Frischmann Aisengart.
De acordo com o médico, dentre as viroses mais acometidas pelos beijoqueiros estão os vírus respiratórios que causam resfriados, faringites, laringites e o próprio vírus da gripe , a herpes simplex infecção muito comum que afeta principalmente a boca e que pode ser transmitida mesmo quando não manifestada e a mononucleose infecciosa popularmente conhecida no Brasil como a “doença do beijo”.
A mononucleose infecciosa tem esse apelido não só porque é transmitida por saliva, mas também porque as amígdalas ficam grandes e parecem “se beijar”, explica o infectologista. Os sintomas são: febre alta, pus nas amígdalas, rush cutânea e gânglios na região do pescoço, podendo ser confundida com uma simples amigdalite. O tratamento é sintomático e não adianta tomar antibiótico. “Só um médico bastante experiente consegue identificar o problema logo de cara e vai pedir o exame de sangue. Caso o paciente não responda ao primeiro antibiótico, já é um sinal”, orienta.
Ao contrário das doenças venéreas, não existe uma barreira efetiva de prevenção como a camisinha para as doenças transmitidas por saliva. “Nem a higiene oral, nem os antissépticos ou sprays impedem a transmissão dessas doenças. A maneira mais eficiente de restringir esses males ainda é reduzir o número de contatos. Aí é critério de cada um”, ressalta o infectologista.