Os passageiros que têm direito à gratuidade no transporte público vão poder continuar usando o cartão da Urbs nos embarques na Região Metropolitana de Curitiba. Isso será possível porque a Urbs vai ceder à Comec o cadastro de usuários isentos do seu banco de dados.

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A partir de amanhã, os passageiros da Rede Integrada de Transporte Metropolitano (RIT/M) podem providenciar o novo cartão metropolitano. A primeira via será gratuita. É necessário fazer uma carga de ao menos uma passagem.

Pessoas físicas devem ir aos terminais metropolitanos ou à empresa Metrocard levando cópias do RG, CPF e comprovante de residência. Os antigos vales-transporte de papel serão vendidos até hoje e continuarão sendo aceitos nos ônibus, estações-tubo e terminais metropolitanos até 31 de dezembro de 2015.

Já as empresas que compram vale-transporte para os funcionários da RIT/M poderão acelerar o processo cadastrando os funcionários no site da Metrocard (www.cartaometro card.com.br).

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O cartão da Metrocard também poderá ser habilitado em um cartão pré-pago da Mastercard, caso o usuário assim deseje.

O novo sistema foi apresentado ontem pelo governador Beto Richa, em cerimônia que contou com a participação de empresários do setor, diretores da Comec e do secretário estadual de Desenvolvimento Urbano, Ratinho Júnior (PSC).

Polêmica: empresas vão gerir o dinheiro

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A Metrocard é uma associação que reúne as 17 empresas operadoras da RMC. A Comec repassou a gestão da bilhetagem eletrônica pra essa associação. Agora, na prática, são os próprios operadores das linhas que farão a gestão dos recursos financeiros. O Ministério Público do Paraná (MPPR), inclusive, abriu apuração sobre uma denúncia anônima recebida pelo órgão no último dia 1.º.

A Gazeta do Povo mostrou na semana passada que todo o crédito comprado nas 83 linhas não integradas da RMC e que vence em um ano vai pra conta da Metrocard. Um relatório mostrou que o total de créditos expirados por mês chegou a R$ 300 mil no último trimestre. Entre abril e junho deste ano, a Metrocard registrou mais de R$ 900 mil em créditos expirados.

A associação diz estar amparada por lei e nega esse montante. Segundo a associação, o valor dos créditos expirados entre abril e junho foi de cerca de R$ 3 mil por empresa por mês. Além disso, todos os envolvidos afirmam que a Comec terá acesso total, irrestrito e em tempo real de todas as informações do sistema, inclusive dos créditos vendidos e utilizados. (Raphael Marchiori)