Durante o ano de 2023, 955.178 metros de cabos de telecomunicações foram roubados e furtados no Paraná, segundo dados reunidos pela Conexis Brasil Digital. O número representa uma queda tímida, de apenas de 6% em relação a 2022, quando havia sido subtraído 1,010 milhão de metros de cabos de telecom.

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“O estado do Paraná, depois do aumento nos últimos anos, registrou a primeira queda no volume de cabos subtraídos desde que o setor passou a monitorar esses dados. A queda demonstra, na prática, os resultados para o cidadão da priorização do tema na política pública e nas ações das Forças de Segurança”, afirmou a diretora de Relações Institucionais e Governamentais da Conexis, Daniela Martins.

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Na comparação do segundo semestre com o primeiro semestre de 2023, a queda no volume de cabos subtraídos no Paraná foi de quase 40%, passando de 591.054 metros de cabos no primeiro semestre de 2023 para 364.124 metros no segundo semestre do ano passado.

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O grupo de trabalho instituído pela Secretaria de Segurança Pública do Paraná para atuar no combate ao roubo e receptação de cobre no estado está em atuação desde setembro de 2023. Segundo o secretário de Segurança Pública do Paraná, Coronel Hudson, de 22 de setembro de 2023 até dezembro do mesmo ano, com a criação do grupo, foram presas 70 pessoas. Dessas prisões, 17 ocorreram durante deflagração da Operação Conectividade, com fiscalização em mais de 170 estabelecimentos comerciais e interdição de 25 destes em vários municípios do Estado do Paraná. Também foram apreendidos mais de 8.043,4 Kg de cobre.

De acordo com o Presidente do Grupo de Trabalho, delegado Leonardo Carneiro, a atuação integrada entre a Secretaria de Segurança Pública e as operadoras de telefonia foi fundamental para a redução atingida. “Essa união de esforços foi essencial para entendermos a dinâmica dos criminosos e estabelecermos ações ostensivas e de repressão qualificada mais adequadas aos grupos envolvidos nesses delitos. Ressaltamos, também, a continuidade das ações definidas nesse grupo de trabalho em 2024 e a intensificação dessa atuação integrada para que possamos inviabilizar esse comércio clandestino de cobre e responsabilizar as empresas que praticam este tipo de delito”.

Dados nacionais

Em todo o Brasil, mais de 5,4 milhões de metros de cabos foram roubados e furtados. A entidade que representa as maiores operadoras de telecomunicações do país aponta ainda que o volume de cabos subtraídos no ano passado aumentou 15% em relação ao ano de 2022, quando foram roubados e furtados 4,7 milhões de metros. 

Essas ações criminosas causaram prejuízo direto a mais de 7,6 milhões de pessoas. Sem acesso a serviços de telecom, esses usuários podem ser impedidos de acionar serviços públicos importantes para o dia a dia como polícia, bombeiros e emergências médicas. Para se ter uma noção territorial, a metragem de cabos subtraídos no ano passado seria suficiente para cobrir a rota entre as cidades de Fortaleza, no Brasil, e Lisboa, em Portugal. As duas cidades estão a 5,7 mil quilômetros de distância uma da outra.

“É preocupante essa alta registrada no volume de cabos roubados. Mais alarmante ainda é que acompanhamos seguidos aumentos nestes números nos últimos anos. A conectividade é um serviço essencial, cada dia mais importante na vida das pessoas e esses crimes não podem ser vistos como de menor gravidade”, afirmou Daniela Martins.

Estados mais afetados

Depois de São Paulo, com 1.450.413 metros de cabos subtraídos, e Paraná, a Bahia ocupa o terceiro lugar entre os estados mais afetados por essas ações criminosas. O estado teve 635.757 metros de cabos roubados, quase o triplo se comparado com 2022. A Bahia também registrou alta na comparação semestral, com aumento de 14,7% no segundo semestre, na comparação com o primeiro semestre do ano.  

Minas Gerais, com 505.541 metros de cabos roubados, foi o quarto estado mais afetado em 2023. O número representa queda de 19,2% na comparação com os dados de 2022. O Rio Grande do Sul completa a lista dos cinco mais afetados, com 368.769 metros de cabos de telecom roubados, um aumento de 20,4% relação ao ano anterior.

O Rio de Janeiro, que já foi o segundo estado que mais sofria com o roubo e furto de cabos, passou a ocupar, em 2023, a 10ª posição. O estado foi o primeiro com a intensificação do diálogo entre autoridades locais e o setor de telecom para ações de combate ao furto, roubo e vandalismo de cabos e equipamentos.

“Desde o início das ações no Rio de Janeiro temos visto essa queda no volume de cabos subtraídos no estado. Em 2023, foi registrada uma nova queda no volume de cabos roubados, uma redução de 50%”, disse Daniela Martins.

Combate

O setor de telecomunicações tem defendido uma ação coordenada de segurança pública envolvendo o Judiciário, o Legislativo e o Executivo, tanto o federal quanto os estaduais e municipais, e a aprovação de projetos de lei que aumentem as penas desses crimes e ajudem a combater essas ações criminosas.

“O setor vem defendendo a implementação de políticas públicas de combate aos furtos, roubos e receptação de cabos e equipamentos junto a autoridades nas três esferas – federal, estadual e municipal – e de todos os Poderes. Um ponto considerado essencial pelo setor é a aprovação dos Projetos de Lei nº 3780/2023, 5846/16, e 4997/2019, que tipificam e aumentam a punição para esses crimes que tanto prejudicam o cidadão”, completou Daniela Martins. Os projetos, avalia, dão instrumentos para polícias, Ministério Público e juízes poderem punir com o rigor necessário os crimes. Ainda segundo ela, o setor pede ainda o avanço de iniciativas que tratem com mais dureza, não apenas sob a ótica penal, as empresas que fazem a receptação dos materiais subtraídos por meio de ações criminosas. 

O setor também defende a punição de empresas que compram equipamentos furtados ou roubados, além da mudança da regra que penaliza as operadoras quando o serviço é interrompido em decorrência do crime.

O que??

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