Começar o ano protegido, livre de acidentes de trânsito e de outros tipos de azar. É isso o que buscavam os cerca de 35 mil motoristas que formaram filas, durante todo o dia de ontem, para receber a tradicional bênção da primeira sexta-feira do ano na Igreja Nossa Senhora das Mercês (dos Capuchinhos), em Curitiba.

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As filas aconteceram das 6h às 21h, em frente à igreja, na avenida Manoel Ribas, e em ruas laterais, como a Alcides Munhoz e a Júlio Perneta. As bênçãos eram administradas por 30 frades, com a ajuda de cerca de 50 voluntários.

Estes distribuíam santinhos aos motoristas e realizavam a coleta de doações realizadas pelos mesmos. O dinheiro arrecadado será revertido à casa de idosos mantida pela paróquia e utilizado em ações filantrópicas.

“A bênção tem o sentido de despertar a fé, a confiança em Deus e o sentido de responsabilidade entre os motoristas. Não adianta nada receber a bênção e depois ser imprudente no trânsito e sair cometendo infrações. A proteção de Deus é importante, mas as pessoas também devem fazer a sua parte”, disse o pároco da igreja, frei Pedro Palma.

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Logo no início da manhã, a professora Ângela Moreschi colocou parte da família no carro e foi até a igreja para receber a bênção. Ela costuma fazer isso em todos os inícios de ano.

“Sei que tenho que ser prudente no trânsito, mas acho que uma ajuda celeste é sempre positiva. Com a bênção, me sinto bem mais protegida na hora de dirigir”, afirmou.

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Objetos

Dentro da igreja, também estava sendo realizada bênção de objetos, como chaves de casa, agendas, fotografias de familiares, currículos, roupas, alimentos, carteiras de trabalho e outros documentos.

Além disso, ocorriam missas, novenas e venda de artigos religiosos. A dona de casa Ana Lechenacoski levou uma garrafinha com água para ser benzida. “Uso a água para benzer a casa, regar as plantas e dar para meu netinho de 6 anos beber. Acredito que ela traz saúde e proteção”, declarou.

Carroças

A bênção da primeira sexta-feira do ano na igreja dos Capuchinhos é promovida há 59 anos. Ela se tornou um evento oficial da paróquia porque, antes da década de 50, muita gente já procurava o local por acreditar que a primeira sexta-feira do mês de janeiro é um dia de azar. Naquela época, pessoas que geralmente estavam de passagem para o bairro de Santa Felicidade paravam para benzer suas carroças e animais de tração.