A terceira idade tem muito o que comemorar no que diz respeito à conquista de melhor qualidade de vida e mais atenção por parte da sociedade, neste dia primeiro de outubro, quando se comemora o Dia Internacional do Idoso. Mas, ainda que a chamada melhor idade esteja conseguindo se enquadrar em diversas áreas sociais, muito ainda pode ser feito para que seus direitos sejam requeridos e cumpridos.
É o que acredita a chefe da Unidade de Atenção do Idoso em Curitiba, Cristina Ferraz. Esse centro de atendimento – que funciona anexo à unidade de saúde Ouvidor Pardinho, no bairro Rebouças – é pioneiro em relação a outras cidades do Brasil, atendendo hoje 25 mil pessoas da terceira idade.
"Curitiba é, entre as capitais brasileiras, a que tem os maiores índices de longevidade", revela. A média da expectativa de vida de homens e mulheres na cidade é de 73 anos, contra a média nacional de 71 anos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "Na unidade atendemos pessoas da área de abrangência e também de outras regiões da cidade", explica Cristina, que revela existir ainda no local atividades especificamente voltadas para esse público.
"Eles fazem ioga, tai chi chuan, cursos de inglês, espanhol, oficinas de artesanato com pintura em tela, e as danças circulares sagradas", explica a chefe da unidade, que cita ainda a hidroginástica e a hidroterapia, feitas em parceria com alunos de fisioterapia.
As atividades que complementam o tratamento médico são, ainda, uma forma de tirar o idoso do isolamento. A especialista explica que muitas vezes o que parece doença é, na verdade, falta de interação social. "Eles acabam se trancando em casa, não se arrumam e não se relacionam porque deixam de sentir obrigação em se compor socialmente."
O que falta, porém, é uma fiscalização mais firme e conscientização das pessoas sobre os direitos do idoso, principalmente no que refere à mobilidade, acredita Cristina. "Isso se reflete, por exemplo, na garantia de passagens interestaduais. Nem sempre as companhias conseguem disponibilizá-las. E no transporte público ainda é necessário que as pessoas se conscientizem que eles têm prioridade", cita.
Informação que desperta o interesse
A participação dos idosos nas estatísticas está crescendo em todo o mundo. Isso mostra que a qualidade de vida nessa faixa etária está possibilitando esse crescimento dentro da população.
No Paraná, as pessoas com mais de 60 anos somam 982.574. Desse total, 133.615 vivem em Curitiba, de acordo com o último censo do IBGE (2000). "Ainda acho que a sociedade tem dificuldade em enquadrá-los como seres integrados e em respeitar seus valores. Mas é inegável que eles estão ganhando mais espaço. A própria mídia e os programas sociais têm enfocado a temática", avalia Cristina Ferraz, chefe da Unidade de Atenção ao Idoso da Prefeitura de Curitiba.
Tanto que os idosos têm se mostrado interessados em conhecer cada vez mais as recomendações que lhes dizem respeito.
"Gosto muito de informar e fazer tudo que é aconselhável para a terceira idade", diz dona Ana Rodrigues Alves, 82 anos. Da mesma forma pensa o aposentado Amálio Jonkoski, 77, que faz caminhadas todos os dias por recomendação médica e acredita na socialização como a melhor forma de viver a maturidade. "Gosto de falar com as pessoas e trocas idéias, porque é isso que dá sentido à vida", enfatiza, assim como a professora aposentada Ana Rodrigues Teixeira, 73, que pratica caminhada, alongamento e ioga. "Participo de passeios e atividades porque assim conheço pessoas novas. Não consigo ver pessoas sentadas, sem atividade, apenas assistindo à televisão", diz. (LM)
Asilos serão regulamentados pela Anvisa
As instituições residenciais que cuidam de idosos, mais conhecidas como asilos, serão regulamentadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O anúncio veio junto às comemorações do Dia Nacional do Idoso, celebrado na última terça-feira, e do Dia Internacional do Idoso, comemorado hoje, em todo o mundo. A regulamentação permitirá às vigilâncias sanitárias municipais monitorar o funcionamento das instituições e as condições de saúde dos idosos, fiscalizando e exigindo adequações dos estabelecimentos.
"Essa resolução vem para detalhar e contribuir aspectos já definidos pelo Estatuto do Idoso, publicado há dois anos, como direito à saúde", explica Flávia Freitas, gerente geral de Tecnologias em Serviços de Saúde da Anvisa. A regulamentação exige, por exemplo, alvarás de funcionamento de todas as instituições e infra-estrutura física mínima.
Contagem
Outra vantagem da padronização será a contagem exata dos estabelecimentos do tipo no País. Hoje são cadastrados apenas os asilos públicos no Ministério do Desenvolvimento Social, o que não permite saber o número exato de asilos em funcionamento no Brasil. Como a fiscalização de todos eles é por conta da vigilância sanitária municipal, apenas poucas cidades têm cadastrados todos os seus estabelecimentos. Curitiba é uma delas. A capital tem registrados todos os asilos, desde os mantidos por recursos públicos como os particulares, que hoje somam 50. (LM)
Disfunção erétil: um problema comum, mas solucionável
Boa parte dos problemas relacionados à velhice são, hoje, graças à tecnologia e aos avanços da medicina, perfeitamente solucionáveis. Um deles, muito comum e desconfortável para quem chega à terceira idade, é a disfunção erétil, ou seja, a dificuldade que muitos homens têm de ter ereção. A boa notícia é que existem diversas soluções para resolver a questão, ainda que os custos sejam altos.
Estima-se que cerca de 122 milhões de homens em todo o mundo sofrem com a disfunção erétil, número que deve passar para 320 milhões em 2025 por causa do envelhecimento da população. "O percentual de disfunção em homens de 40 anos de idade é de cerca de 40%. Já aos 70, esse número passa para 75%", cita o médico urologista Bernardo Sobreiro. No Brasil, são 11 milhões de pessoas que atualmente compartilham do mesmo problema.
As causas para que a disfunção erétil se desenvolva são diversas, explica o médico. "Existem as de ordem psicológica, como ansiedade, estresse e depressão, que ocasionam o problema principalmente entre os mais jovens, na faixa dos 30 aos 45 anos de idade. Depois dos 55 anos, geralmente está relacionada a problemas ligados ao envelhecimento, como hipertensão, diabetes, altas taxas de colesterol e triglicerídios, fumo, álcool, sedentarismo, obesidade."
Ele afirma que a vergonha, porém, ainda faz com que muitos homens demorem para ir até o profissional. "Em geral, levam de dois a três anos a partir do momento em que constatam a disfunção."
Tempo este, que ainda não foi suficiente para o aposentado A.S., 69 anos, tomar coragem e deixar o medo de lado. Ele prefere não falar sobre o assunto, como a maior parte dos homens que passam por isso. "Faz uns quatro ou cinco anos que ele tem muita dificuldade de ereção. De vez em quando faz falta, mas passa", diz a namorada T.T, 78 anos, que confessa ter vontade de prolongar sua vida sexual. Ela conta que A.S. parece ter se conformado com a disfunção e nunca procurou tratamento médico. "Ele diz que até perdeu a vontade de fazer (sexo). Além disso, não tem plano de saúde, o que dificulta mais ainda."