A Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) anunciou ontem que está passando por um processo de reestruturação, e estará adotando uma série de medidas no controle da instituição. A Associação Paranaense de Cultura (APC), que é mantenedora da PUCPR, irá assumir as atribuições jurídicas, fiscais e administrativas, enquanto a universidade cuidará das áreas de ensino, pesquisa e extensão. Essas mudanças deverão implicar em alguma redução e realocação de pessoal, bem como expansão das atividades da universidade, que incluem abertura de novos cursos de graduação e pós-graduação.
As mudanças fazem parte de uma nova filosofia que está sendo implantada em todas as organizações comandadas por irmãos maristas. O presidente da APC, Dario Bortolini, explicou que essas mudanças estão sendo estudadas há mais de dez anos, e em 2003 foi montado um plano estratégico para que elas gradativamente fossem implantadas. O reitor da PUCPR, Clemente Ivo Juliatto, explicou que anteriormente a universidade e a mantenedora eram instituições praticamente únicas. ?Mas depois vieram os hospitais, ampliamos os campi e atingimos a marca de 25 mil alunos. Dessa forma vimos que seria necessário a mantenedora assumir seu papel?, comentou.
As principais mudanças entrarão em vigor em 2006. Entre elas, está a redução de cinco para três pró-reitorias – de Graduação, Pós-Graduação e Pesquisa; Administrativa, Planejamento e Desenvolvimento; e a Comunitária e de Extensão. Também estão previstas ampliações dos campi universitários no interior. Em Londrina serão abertos os cursos de Engenharia de Produção, Ciências da Computação e Ciências Contábeis. Já em Maringá será o curso de Filosofia, e em Toledo o curso de Psicologia (que aguarda ainda aprovação do Ministério da Educação). No campus de São José dos Pinhais devem ser ofertados cursos nas áreas de especialização; e em Curitiba já estão aprovadas as aberturas de cursos de mestrado em Direito, Engenharia Mecânica e Odontologia.
Custos
A migração de várias serviços da universidade para a mantenedora também tem o objetivo de otimizar as atividades, reduzindo custos. Atualmente a PUC tem um orçamento médio de R$ 330 milhões, dos quais cerca de R$ 190 milhões são para a educação e R$ 130 milhões para a área de saúde. Além dos hospitais Cajuru, Santa Casa, Nossa Senhora da Luz e hospital de Colombo, a PUC também possui convênios com prefeituras e disponibiliza serviços em unidades de saúde.
O superintende da APC, Marco Antônio Barbosa Cândido, comentou que as mudanças na forma de administrar já mostraram resultados positivos. Entre os exemplos, ele citou que este ano conseguirão zerar o déficit que existia no setor de atendimento da saúde que, do o início do ano até agosto, acumulava um prejuízo de R$ 3 milhões. ?No setor de compras, por exemplo, unificamos as aquisições para todos os hospitais, o que garantiu redução dos custos?, finalizou.
