Você se torna obsessiva em seus relacionamentos? Pratica atos irracionais? Tem ataques de violência? Se respondeu afirmativamente a pelo menos uma das questões, são grandes as possibilidades de que seja uma mulher que ame demais. O assunto, trazido à tona especialmente com a novela Mulheres Apaixonadas, da Rede Globo, será abordado hoje durante palestra que acontece na Sociedade Paranaense de Psicodrama, em Curitiba.
“Depois do início da novela, aumentou muito a procura de mulheres que sofrem com esse problema, que querem apoio”, conta Rosana Avelar Fadel, psicóloga com especialização em psicodrama, que estará ministrando a palestra.
Segundo Rosane, existe uma frase que resume a questão: “Amar se torna amar demais quando nosso companheiro é inadequado, desatencioso e mesmo assim não conseguimos abandoná-lo. Queremos e ansiamos por modificá-lo.” De acordo com Rosane, essas mulheres vêm de uma infância carente, têm auto-estima super-rebaixada, e quando se tornam adultas, escolhem pessoas inadequadas para elas.
Apesar de o problema ser geralmente relacionado ao sexo feminino – o grupo anônimo Mulheres que Amam Demais (Mada) é um exemplo – a psicóloga lembra que também os homens são acometidos pelo desajuste. “A questão é que as mulheres procuram mais ajuda, são mais abertas, têm mais facilidade com a terapia. Os homens, por sua vez, se acham auto-suficientes”, explica.
Tratamento
A conscientização do problema, diz Rosane, é o primeiro passo para a cura. “A pessoa que pede ajuda está predisposta a se trabalhar, a se valorizar mais, se amar, pensar mais em si própria”, acredita. O tratamento oferecido pela Sociedade Paranaense de Psicodrama é feito em grupos heterogêneos, a uma taxa conforme o salário do participante. Além disso, toda quinta-feira, acontecem palestras com diferentes temas.
Serviço: A palestra acontece hoje, das 19h às 20h, na Sociedade Paranaense de Psicodrama – Rua Marechal Floriano Peixoto, 2049. Fone: (41) 332-7387. A entrada custa R$ 3,50.
Vêm de lares desajustados
Vem de um lar desajustado, em que suas necessidades não foram satisfeitas.
Como não recebeu um mínimo de atenção, tenta suprir essa necessidade através de outra pessoa, tornando-se superatenciosa, principalmente com homens aparentemente carentes.
Com medo de ser abandonada, faz qualquer coisa para impedir o fim do relacionamento.
Habituada à falta de amor, está disposta a ter paciência, esperança, tentando agradar cada vez mais.
Tende a ter momentos de depressão, e tenta preveni-los através da agitação criada por um relacionamento instável.
Não tem atração por homens gentis, estáveis, seguros e que estão interessados nela. Acham que estes homens são enfadonhos.
Quase nada é problema, toma tempo ou mesmo custa demais, se for para “ajudar” o homem com quem está envolvida.
Tem uma necessidade desesperadora de controlar seus relacionamentos. Mascara seus esforços para controlar pessoas e situações, mostrando-se “prestativa.”