Protesto tenta salvar pracinha do Batel

Moradores da região do Batel, em Curitiba, fizeram um protesto ontem, pedindo a suspensão das obras previstas para a Praça Miguel Couto, conhecida como pracinha do Batel, que deve sofrer reformulações para melhoras no sistema viário local. Com camisetas e até banda de música, eles se reuniram para mostrar indignação e pedir ao prefeito: ?Beto, não atropele nossa pracinha?. Os dizeres estavam estampados em uma grande faixa negra no meio da praça, simbolizando o corte para passagem de carros e o luto pela descaracterização do que consideram um símbolo histórico do município.

Recentemente, a Prefeitura anunciou para o mês que vem início das obras de reformulação do sistema viário que desafogarão a ligação entre os bairros Água Verde e Bigorrilho, na região do Batel. O projeto contempla anexação da praça a um jardinete próximo, aumentando seu tamanho dos atuais 1.637 metros para 1.737 metros. Além disso, uma ligação contínua deve ser aberta entre as ruas Carneiro Lobo e Desembargador Costa Carvalho, permitindo a passagem de carros bem no meio da pracinha, que obriga hoje os motoristas a contornarem o local, congestionando o trânsito.

Na ocasião, uma reunião foi feita com os moradores para discutir o projeto, mas quem estava ontem na manifestação reclamou da forma como aconteceram os trâmites. ?Nos jogaram um fato consumado. Nem sugestões pudemos apresentar?, disse um dos moradores, Francisco Minoli. Outro morador, Luiz Fernando Kosop, reivindicava participação da Câmara de Vereadores na questão. ?É preciso que intercedam por nós?, pedia. Para eles, a medida significa destruição do patrimônio histórico de Curitiba. ?Além disso, não vai resolver a questão viária, apenas transferir o problema em 50 metros?, reclamava Kosop.

O dono da Banca do Batel, Ingomar Heitorn, que terá de transferir o ponto para o outro lado da praça, chorava a mudança. ?Por muitos anos tentei aumentar a banca e nunca deixaram. Agora, disseram que vão mudá-la de lugar e eu nem sabia?, lamentava. O morador Rafael Xavier acrescentava que as intervenções têm outro motivo além da desobstrução das vias. ?Um shopping será construído nas proximidades. O problema é que isso acarreta em desvalorização dos imóveis e tira a tranqüilidade do bairro, a exemplo do que aconteceu na região onde hoje é o Shopping Curitiba?, equipara.

A Prefeitura, por outro lado, garante que a população foi ouvida e que as medidas desafogarão o trânsito nos entornos, resultando em benefícios para motoristas e moradores. Além disso, a administração municipal ressalta que manterá os principais elementos arquitetônicos e urbanísticos da praça. 

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