Uma manifestação em favor do passe livre, promovida na manhã de ontem pelas ruas de Curitiba, acabou em confusão e briga entre os próprios participantes do ato.
Comandados pela União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (Upes), grupos de jovens de diversas escolas estaduais da capital começaram a se reunir, às 8h, na Praça Santos Andrade, em frente ao prédio histórico da Universidade Federal do Paraná.
Com faixas, cartazes e caminhão de som, os estudantes deixaram o local uma hora depois e seguiram em passeata até o Centro Cívico. Em frente à sede da Prefeitura, cujas portas permaneceram fechadas e a segurança foi reforçada por um grande número de guardas municipais, os manifestantes fizeram muito barulho, chegaram a jogar algumas bombas no jardinete e entoaram gritos de guerra. ?Estamos lutando pelo nosso direito de ir e vir. O passe livre garante o acesso à educação e pode ser financiado com o que a Prefeitura arrecada com EstaR, multas de radar e publicidade em ônibus e pontos?, disse o presidente da Upes, Rafael Clabonde, que também negou acusações de que o movimento dos estudantes possa estar ligado a partidos políticos de oposição ao prefeito da capital, Beto Richa. ?Nosso movimento é apartidário. Queremos apenas que a caixa-preta da Urbs seja aberta e que o acesso à educação nos seja garantido.?
Às 11h, uma comissão de estudantes foi recebida na prefeitura pelo presidente e pelo diretor da Urbs, respectivamente Paulo Schmidt e Fernando Ghignone, e pelo secretário do governo municipal, Ruy Hara. Nesse momento, os estudantes foram se dispersando e uma confusão começou a se formar. Ao lado da Prefeitura, um grupo de jovens entrou em um ônibus para retornar à sua escola e outro aglomerado criticou a atitude, pedindo que eles não se afastassem.
Foram jogados cones de rua e pedras contra o veículo, que saiu rapidamente do local. Minutos depois, um carro da Polícia Militar (PM) chegou para apartar a briga. Clabonde definiu a confusão como um ato isolado de poucos estudantes. ?Já identificamos as pessoas que participaram da confusão e elas serão punidas.?
Reunião
Na reunião com os integrantes da Urbs, os estudantes ouviram que a Prefeitura não pode financiar sozinha o transporte de estudantes pelos quais não é responsável, como por exemplo os de ensino médio e universitários. ?Também deixamos claro que, por lei, o valor arrecadado com multas e EstaR não pode ser utilizado para financiar o passe livre. Já o arrecadado com a publicidade em ônibus é insuficiente?, disse Schmidt.
Uma nova reunião entre Prefeitura e estudantes foi agendada para o final da manhã da próxima segunda-feira. Ontem, os manifestantes saíram decepcionados por não terem sido recebidos pelo próprio Beto Richa, que se encontrava fora da Prefeitura no momento da manifestação.
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