Moradores de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, realizaram ontem um protesto na Estrada da Cachoeira, no prolongamento da Avenida Rui Barbosa. Durante a manhã, eles impediram a passagem de veículos pelo local, na altura do bairro Colônia Rio Grande, com o objetivo de chamar a atenção da Prefeitura para a necessidade de asfaltamento da via, que tem 25 quilômetros de extensão.
?Estamos sofrendo demais com a falta de asfalto. A estrada é bastante movimentada e o tráfego faz com que os moradores próximos tenham que conviver com uma nuvem constante de poeira. Tenho uma metalúrgica e já não agüento mais ter máquinas e computadores danificados em função do pó. O prejuízo é grande?, contou o empresário Maurício Marenda, cuja metalúrgica fica às margens da estrada.
A poeira também compromete os serviços domésticos. A dona de casa Júlia Soares dos Santos, que há 20 anos mora na estrada, diz que, em períodos de seca, não dá conta de manter a limpeza de sua residência. ?Por mais que as portas e janelas sejam mantidas fechadas, o pó toma conta da casa. Eu limpo, mas poucas horas depois já fica tudo sujo de novo. A roupa colocada no varal acaba marrom de poeira?, reclamou. ?A Prefeitura já prometeu que colocaria asfalto diversas vezes, mas nunca cumpriu a promessa.?
Outro malefício gerado pelo pó é a alta incidência de problemas respiratórios. O também empresário Éber José Chueda mora nas proximidades da estrada há quatro anos. Nesse período, seus três filhos, de 4, 6 e 8 anos de idade, desenvolveram dificuldades para respirar. ?Só nos últimos três meses, um de meus filhos teve início de bronquite; o outro, crise de rinite, e o terceiro, sinusite. O pó é terrível para a saúde das crianças. O poder público deveria enxergar problemas como este e resolver a situação?, afirmou.
Prefeitura
Segundo o secretário municipal de Viação e Obras Públicas de São José dos Pinhais, Giam Carlo Celli, o asfaltamento da estrada é uma obra considerada prioritária e está prevista no projeto Perimetral Rural, que será realizado em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A expectativa é de que o contrato de parceria seja assinado até março do ano que vem, mas Giam prefere não precisar quando a obra será iniciada. Os custos ainda estão sendo avaliados pelo Instituto de Desenvolvimento Urbano do município.
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