Compradores das Centrais de Abastecimento do Paraná (Ceasa-PR), no Tatuquara, em Curitiba, protestam desde a madrugada desta segunda-feira (14), por causa da mudança no horário de funcionamento do local, que passou das 4h para às 5h, desde janeiro. Revoltados, os comerciantes atearam fogo no prédio da sede da gerência do Sindicato dos Permissionários Centrais de Abastecimento de Alimentos em Curitiba (Sindaruc) e também em um carro do governo.

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Os manifestantes alegam não ter tempo para fazer as entregas. Eles chegaram ao Ceasa por volta das 3h30 e impediram a entrada de todos, até mesmo a Polícia Militar. Houve confronto e a PM usou balas de borracha para conter os ânimos.

Já entre às 7h e 8h, houve quebradeira, correria e focos de incêndio. Além dos focos de incêndio, o prédio do Sindaruc teve as janelas quebradas. Um Fiesta foi queimado. Não há informações oficiais sobre feridos.

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Segundo o sindicato dos funcionários dos estandes a abertura antes das 5h, foco do tumulto, gera custo pelo adicional noturno. O presidente da Ceasa explicou que a mudança entrou em vigor no dia 4 de janeiro deste ano e ainda está em fase de testes. “Implantamos, em caráter experimental, por 90 dias. Uma reunião para avaliar se essa mudança foi ou não benéfica está marcada para depois do dia 4 de abril”, disse Natalino Avance de Souza.

Segundo Natalino, um ajuste foi feito e permite a entrada dos permissionários às 4h45, para dar tempo de arrumar os boxes e deixar tudo pronto para as compras, que começam às 5h, e as entregas do que foi comprado, a partir de 5h20. O presidente da Ceasa informou que não são todos os compradores que aderiram à manifestação. “É uma parte pequena dos compradores. Mas eles não querem discussão, querem voltar ao horário antigo e resolveram se manifestar de forma mais violenta”.

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Ainda de acordo com o presidente da Ceasa, pelo menos por enquanto não é possível dizer se o horário será mantido, porque tal decisão não foi tomada pela direção. “O horário foi modificado em comum acordo com representantes de permissionários e de servidores. Tentamos contemplar os diversos seguimentos”.

Polícia permanece no local. Foto: Colaboração.

Um dos fatores positivos, segundo Natalino, que a mudança no horário trouxe, foi a melhora significativa no horário de trabalho, já que antes os trabalhadores acordavam às 2h. “O tempo de sono aumentou, mas o principal é que a mudança não gera o adicional noturno, que antes tínhamos que pagar. Outro benefício, é que tivemos outros compradores, que antes não vinham ao Ceasa por causa do horário, agora podem vir”.

O único ponto negativo, para Natalino, é a revolta de parte dos compradores, porque preferem o horário anterior. “Embora tenhamos um grupo insatisfeito, a grande maioria afirma que esse horário novo é melhor. Vamos conversar com todos os seguimentos para chegar a uma equação que seja benéfica para ambos os lados, mas não podemos simplesmente voltar para as 4h, porque aí vamos colocar todo o grupo de permissionários contra. Podemos ter outro protesto”, explicou.

O clima entre os manifestantes continuou tenso na Ceasa até por volta de 12h. O presidente da Central disse que uma reunião foi feita, entre a diretoria da Ceasa, a PM, representantes dos agricultores, permissionários e os manifestantes, e ficou acertado que u,ma assembleia deve acontecer no dia 8 de abril para definir se o horário continua como está ou se será definido novo horário. Até a reunião, o horário de abertura da Ceasa será antecipado para as 4h45 e 5h15 para entrega de mercadoria. 

A sede do Sindaruc foi parcialmente afetada. Já a gerencia de mercado do produtor foi completamente destruída. De acordo com Natalino, um serviço de inteligência, junto com a polícia, deve ser feito para identificar os autores. 

Trânsito

Por conta do protesto, a BR-116 ficou parada desde o quilômetro 116, em ambos os sentidos, até por volta das 10h. Depois que se formou mais de 10 quilômetros de congestionamento, a rodovia foi liberada, mas o tráfego seguiu lento. 
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), houve lentidão do quilômetro 109 ao quilômetro 115 (sentido Sul) e do quilômetro 117 ao quilômetro 115 (sentido Norte). A marginal de acesso ao Ceasa permaneceu bloqueada pelos manifestantes até o fim da reunião, no começo da tarde. As vias alternativas ficaram sobrecarregadas, conforme a PRF. 
Reprodução/Autopista Planalto Sul