Protesto fecha Ponte da Amizade

Sindicalistas e ex-servidores da Prefeitura de Ciudad del Este, no Paraguai, fecharam ontem, durante sete horas, o lado paraguaio da Ponte da Amizade, que dá acesso a Foz do Iguaçu. O protesto tinha como objetivo cumprir uma determinação judicial que exigiu a reintegração nos cargos dos funcionários municipais, demitidos há sete anos em função de uma greve. O Movimento Campesino Paraguaio (MCP) também participou do protesto fechando outras rodovias de acesso à cidade.

O protesto começou por volta das 4h. Brasileiros que trabalham no Paraguai e sacoleiros que iam às compras não conseguiram cruzar a fronteira, causando congestionamento em ambos os lados da ponte – além de muito descontentamento. ?Acho um absurdo fecharem a ponte por causa de um problema local?, disse a comerciante Anadir Gadamaski.

Os manifestantes permaneceram até as 11h protestando contra o prefeito de Ciudad del Este, Javier Zacarias Irún. Segundo um dos organizadores do movimento, Nelson Galeano, o prefeito estaria descumprindo uma ordem da Suprema Corte paraguaia do ano passado para a recontratação de 230 servidores. ?Ele se levantou contra os funcionários sem acatar a decisão judicial?, explicou. Ao longo dos últimos meses, os manifestantes se concentraram algumas vezes em frente à praça da Prefeitura, mas alegam não terem sido ouvidos.

Ciudad del Este ficou praticamente sitiada durante toda a manhã, já que integrantes do MCP, em apoio aos sindicalistas, fecharam as estradas que ligam a cidade a Assunción, capital paraguaia, e à fronteira com a Argentina. Eles também protestavam contra a falta de política agrária no País.

A Ponte da Amizade só foi reaberta depois que uma promotora local e membros da comissão anticorrupção da Câmara de Deputados se comprometeram a investigar o prefeito. Os manifestantes se dirigiram até a frente da Prefeitura, onde permaneceram em assembléia para definir um prazo para o cumprimento da promessa. ?Se não der resultado, vamos fechar a ponte por mais tempo?, prometeu Galeano.

O prazo determinado pelos sindicalista só será anunciado hoje. Além da reintegração ao posto, os servidores querem o pagamento dos salários retroativos ao ano 2000, o que daria cerca de R$ 20 milhões. O prefeito Irún considerou o movimento de caráter político.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo